Presídio ou parque ecológico?
2005-11-29
Após a notícia de que o novo presídio regional de Passo Fundo poderia ser
construído na área de 8 hectares situada na antiga pedreira Ergo, nos fundos do
bairro São José, os moradores do local manifestaram-se contra a obra. A pedreira
abriga um local de paisagem privilegiada e meio ambiente preservado, com água
clara, limpa e potável entre os paredões de pedra. Mata nativa, eucaliptos e
nascentes de água também fazem parte do ecossistema, assim como uma rica fauna
apreciada pelos moradores.
O terreno é de posse da Fundação Brigada Militar, responsável pela oferta que
está sendo avaliada pela Secretaria da Justiça e Segurança e Secretaria Nacional
de Segurança Pública. O comandante do CRPO Planalto, coronel Valdir Cerutti,
afirma que a Brigada ofereceu a área por questões de segurança, já que o local é
afastado da cidade e, assim, dificulta fugas e ações dos apenados.
O presidente da Associação de Moradores do bairro São José, Luis Correa, lamenta
a escolha do local. – Esta área deveria ser preservada por sua beleza e
importância ambiental. Além disso, os moradores estão reclamando pela
desvalorização dos terrenos do bairro pela presença da penitenciária-, diz
Correa.
O secretário municipal do Planejamento, Giovani Corralo, afirmou que o município
não se opõe à instalação de um presídio regional. – Pelo contrário, nós apoiamos
e sabemos da sua importância. Algumas áreas de Passo Fundo, no entanto, são
estratégicas, como é o caso da antiga pedreira-, explica. Corralo. O secretário
diz que no projeto do Plano Diretor, que aguarda votação na Câmara de Vereadores,
existe a previsão para a formação de um parque ecológico no local. – Queremos
preservar a área por suas características ambientais e paisagísticas-, ressalta.
O coronel Cerutti lembra que dos 22 hectares, apenas 8 serão utilizados para a
penitenciária. – A construção não ficará próxima à área da pedreira em si e da
água. Também queremos preservar aquele local e plantar árvores para sua
conservação. O presídio deverá ser instalado em um local que já está degradado,
sem árvores e com pedras. Mas isso tudo ainda depende de aprovação-, garante.
(O Nacional, 28/11)