Sustentabilidade, um bom negócio
2005-11-25
Usar a água racionalmente é essencial, e não só por causa das demandas ambientais – e sim porque se trata de um recurso vital para a atividade econômica do país. Esse foi um dos pontos levantados nesta quinta-feira (24/11), em Porto Alegre, durante o seminário Sustentabilidade – O Papel das Empresas, realizado pelo Instituto AMANHÃ em parceria com o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Vitor Bertini, diretor-presidente da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), lembrou que só a agricultura absorve até 70% da água doce disponível. — Ou seja, países exportadores de grãos são, de certa forma, exportadores de água, se examinarmos a sustentabilidade pela ótica de sua dimensão econômica-, afirmou Bertini.
Durante o evento, foram apresentados dois cases de sustentabilidade: o do Banco ABN AMRO Real e o da Aracruz Celulose. O banco apresentou o programa de e-learning Chronos, utilizado para difundir o conceito de sustentabilidade entre os seus funcionários. Trata-se de uma ferramenta interativa que simula problemas reais – mostrando aos empregados as conseqüências de suas decisões. — O usuário conversa com o programa e aprende a lidar com as diferentes situações-, explicou Thais Magalhães, coordenadora de responsabilidade social do ABN AMRO Real.
Já a Aracruz Celulose explicou como se tornou a terceira empresa brasileira a figurar na seleta lista do Índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI), que mede o desempenho das companhias com boas práticas de responsabilidade social na Bolsa de Nova York. O relato foi feito por Ricardo Mastroti, gerente de relações corporativas da Aracruz. Ao ser questionado sobre o impacto das plantações de eucalipto da empresa na metade Sul do Rio Grande do Sul, o executivo foi pragmático: admitiu que a atividade gera alguns prejuízos ambientais, mas lembrou que também há compensações. — Geramos crédito de carbono em grandes quantidades. Inclusive estamos em contato com a Bolsa de Chicago para negociar esses créditos-, adiantou Mastroti. Também estiveram presentes no seminário Jorge Polydoro, presidente da Revista e do Instituto AMANHÃ, Fernando Almeida, presidente do CEBDS e João Ruy Dornelles Freire, diretor do CEBDS. ( Revista Amanhã, 25/11)