Uma iniciativa inédita no Brasil, que une necessidade de destinação de uma carga tóxica e ilegal à inclusão social e responsabilidade ambiental, está sendo oficializada e ampliada pela Prefeitura de Santa Maria e a Receita Federal. Foi assinado o convênio entre as duas entidades para a reciclagem dos cigarros apreendidos durante ações de combate ao contrabando.

A parceria, que iniciou informalmente, já viabilizou o reaproveitamento de uma carga de 20 mil pacotes apreendidos em Santa Maria. A trituração, separação e confecção do papel são feitas através da Secretaria de Proteção Ambiental, que instalou uma oficina no depósito da Receita Federal.

O trabalho é feito pelos catadores, que recebem toda a renda da venda do produto. – Nossa ambição é que consigamos fazer em Santa Maria a destruição de toda a apreensão do Estado-, afirmou o delegado da Receita na cidade, Carlos Luciano Sant’anna, acrescentando que a média é de 100 mil pacotes recolhidos todos os anos no Rio Grande do Sul.

O convênio foi assinado pelo Prefeito Valdeci Oliveira, pelo delegado Santanna, e pelo Secretário de Proteção Ambiental, Heitor Peretti. As funcionárias Márcia Wienandts e Margarete Vidal, que coordenam o trabalho com os catadores, apresentaram o projeto e as metas de ampliação: usar o filtro do cigarro para produzir uma espécie de tecido que será usado na confecção de jaquetas para crianças de 6 a 12 anos, filhos dos catadores que integram o projeto Catando Cidadania. (Folha da Fronteira, 24/11)