Combustível de aviação é alvo na luta contra o aquecimento global
2005-11-25
O custo devastador do aquecimento global imposto pelos combustíveis livres de taxa utilizados na aviação está sendo praticamente desnudado, segundo um relatório da União Européia. O combustível da aviação não é taxado, apesar da crescente evidência de que está acabando com os esforços de reduzir as emissões de gases que causam o aquecimento global.
O relatório da Comissão Européia afirma que se a atual taxa de crescimento nas viagens aéreas continuar, a conseqüência será uma alta de 150% nas emissões de vôos internacionais em aeroportos da União Européia até o ano de 2012. Isto implicará uma distância de mais de 25% nas metas de redução de emissões requeridas pelo Protocolo de Kyoto para a União Européia. Pelas atuais tendências, segundo a comissão, as emissões de aviação –irão se tornar as maiores contribuidoras– para os gases estufa.
O primeiro-ministro Tont Blair, que acumula o cargo da presidência da União Européia, tem sido acusado por ambientalistas de baixar a cabeça para as decisões sobre os combustíveis de aviação. Ao invés de taxá-los, a Comissão Européia está preparando incluí-lo em um esquema de comércio de emissões e promete estabelecer uma legislação a respeito no ano que vem.
Há alguns dias, o premiê Blair deu uma pista de para onde se encaminha a política de cortes de emissão de gases estufa, ao dar luz verde a uma nova geração de usinas nucleares. No entanto, ele não tratou da questão de taxar o combustível de aviação. Segundo um grupo de conselheiros, a medida o tornaria mais impopular.
As empresas de aviação têm se oposto a qualquer medida para taxar o combustível utilizado pelas aeronaves comerciais, advertindo que estariam em situação desigual em relação a outros países onde o combustível de aviação não sofre taxação. A comissão defende que uma melhoria de eficiência dos combustíveis da ordem de 70% poderia, e certa forma, compensar um aumento no tráfego aéreo que levasse a um maior impacto climático.
As emissões totais de gases estufa da Europa, sob o Protocolo de Kyoto, deveriam ser reduzidas em 5,5% entre 1990 e 2003, mas as relativas apenas à indústria de aviação subiram 73%, o correspondente a um crescimento anual de 4,3%. (The Independent, 24/11)