A central nuclear de Santa Maria de Garoña, localizada em Burgos, na Espanha, sofreu um incidente qualificado com o nível 1 na Escala Internacional de Sucessões Nucleares (INES), no último dia 17 de novembro. O motivo foi uma anomalia na medição da temperatura do interior do edifício de contenção. O incidente, porém, não implicou risco para os trabalhadores, para a população e para o meio ambiente, segundo fontes do Conselho de Segurança Nuclear (CSN).

Conforme o CSN, também não houve efeitos para as condições operacionais da planta, que permaneceu operando em plena potência. A anomalia detectada na central originou-se de um defeito de montagem dos medidores de temperatura do cabeamento que vai do edifício de contenção à sala de controle, o qual foi instalado há sete meses.

O frio registrado nos últimos dias evidenciou erros na medição das temperaturas, o que fez com que o titular da central procedesse à medição na tentativa de solucionar o problema. A anomalia de grau 1 foi conseqüência do retardamento na detecção do erro de funcionamento dos medidores e resultado da aplicação do conceito de defesa em profundidade com o qual opera o CSN.

Apesar do erro na medição de temperaturas no cabeamento, a planta operou em condições de segurança adequada, disse o CSN. Contudo, a central realizou ontem (24/11) pela manhã uma simulação de emergência na qual recriou-se uma concentração de 150 pessoas no exterior da central. Três pessoas tiveram acesso ao recinto com ajuda de um parapeito, como parte do exercício de simulação.

O sucesso do simulado complicou-se quando não se conseguiu localizar um dos intrusos que haviam acessado a central e que provocou um incêndio no transformador elétrico principal. Duas horas depois se haviam resolvido todos os problemas simulados, os quais havia sido programados como de nível 3 na escala INES. (El Mundo, 24/11)