Pioneiro da clonagem admite ato antiético
2005-11-25
O professor sul-coreano Hwang Woo-suk, pioneiro da clonagem e visto como herói em seu país, renunciou a todos os seus cargos oficiais e pediu desculpas publicamente por ter usado óvulos humanos de dois membros de sua equipe em suas pesquisas.
Hwang Woo-suk era presidente de uma organização mundial para o estudo das células-tronco, aberta este mês, em Seul. A comunidade médica internacional já havia alertado contra o uso de óvulos de pesquisadoras, que poderiam estar vulneráveis à pressão.
Mas o Ministério da Saúde da Coréia do Sul afirma que o professor não é culpado de nenhum crime moral ou legal, já que os óvulos foram doados voluntariamente, sem o conhecimento de Hwang Woo-suk, e antes de a Coréia do Sul introduzir a lei de bioética em janeiro passado.
Outras mulheres que doaram seus óvulos receberam pagamento para cobrir despesas, sem o conhecimento do professor. De acordo com a nova lei, os pagamentos são proibidos, e os cientistas não podem usar óvulos doados por membros de sua equipe para as pesquisas.
O professor Hwang conquistou fama ao clonar os primeiros embriões humanos do mundo e extrair células-tronco deles para pesquisas
Ele e sua equipe foram os primeiros a clonar um cão, o que foi classificado pela revista americana Time como a –invenção– mais impressionante do ano.
O escândalo veio à tona quando Gerald Schatten, que trabalhava com o professor Hwang, suspendeu sua cooperação afirmando estar preocupado com o modo como o grupo procurava óvulos humanos.
Quando a revista médica Nature pressionou Hwang sobre a origem dos óvulos, ele negou que tivessem sido doados por suas próprias pesquisadoras.
Mas em uma entrevista coletiva, nesta quinta-feira (24/11), ele admitiu não ter contado a verdade. (BBC, 24/11)