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2005-11-24
Desde abril de 2002, um grupo de ciclistas se reúne na esquina da Avenida Paulista com a Rua da Consolação, em São Paulo, toda última sexta-feira do mês. O horário escolhido coincide com o de pior trânsito possível: seis da tarde. O grupo não tem líderes e o percurso geralmente é estabelecido na hora. O objetivo do encontro, conhecido como Bicicletada, é reunir o maior número possível de ciclistas, lutar por mais espaço no trânsito, combater a cultura do carro e demonstrar que a bicicleta é a alternativa ideal para o transporte nas saturadas vias urbanas.

Durante o trajeto, os ciclistas distribuem panfletos aos motoristas, com a intenção de mostrar que a bicicleta também tem direito ao seu espaço no mar de carros. O slogan Nós não atrapalhamos o trânsito – nós somos o trânsito resume a proposta dos manifestantes.

— A própria presença do grupo de bicicletas entre os carros cria um conflito que, não sendo necessariamente agressivo, evidencia a disputa de espaço e a necessidade de melhores condições para quem usa o transporte não motorizado-, afirma o jornalista Thiago Benicchio, participante do movimento há um ano e meio e criador do blog Apocalipse Motorizado - http://apocalipsemotorizado.blogspot.com/.

Massa crítica
A Bicicletada é a versão nacional do movimento conhecido mundialmente como Massa Crítica (Critical Mass - www.critical-mass.org/), que nasceu em 1992 na cidade norte-americana de São Francisco e hoje está presente em mais de 300 cidades de todos os continentes. Importado para São Paulo há três anos e meio, o movimento vai crescendo lentamente e já acontece também em Porto Alegre, Florianópolis, Brasília e Curitiba. — Dificilmente chegaremos à massa crítica, com centenas de ciclistas, mas é fundamental que a Bicicletada exista, ela leva o recado a um número significativo de motoristas-, diz Benicchio.

O nome da manifestação se refere a um fenômeno comum nas cidades chinesas: os ciclistas que, sozinhos, não conseguem atravessar os cruzamentos desprovidos de semáforos, esperam a formação da massa crítica: o acúmulo de um número de bicicletas suficiente para invadir o tráfego.

Segundo Benicchio, a Bicicletada de São Paulo, que reúne em média 20 pessoas, ainda não tomou proporções maiores porque o carro não é visto como um problema urbano – pelo contrário, é visto como solução. — Além disso, o subdesenvolvimento em tempos neo-liberais extermina o tempo livre e impede a participação pública em qualquer esfera da vida-, declara.

Experiência emocionante
O redator André Maleronka, que também participa da Bicicletada paulistana, acha que a falta de líderes inerente ao movimento contribui para a lentidão de seu crescimento, mas também aprofunda seu charme. — Não há uma ONG ou órgão centralizador que poderiam agregar mais adeptos, mas por outro lado a criatividade e o fluxo livre de pessoas dão um resultado suave e bonito. É sempre uma experiência muito emocionante-, diz.

Em Curitiba, uma nova Bicicletada acaba de nascer – o primeiro passeio na cidade aconteceu no dia 4 de novembro, com participação de 30 pessoas. A jornalista Mariana Sanchez, de 24 anos, foi uma das responsáveis pela organização. — A gente acompanhava as notícias sobre a Bicicletada de São Paulo e resolvemos fazer uma também. O movimento é espontâneo, qualquer um pode ter a iniciativa de inventar uma Bicicletada em sua cidade-, diz.

Para Mariana o evento teve adesão considerável para uma estréia. — Todos estavam muito empolgados. Acredito que o movimento vai crescer, mesmo porque Curitiba tem uma das passagens de ônibus mais caras do país e o número de ciclistas não para de crescer-, diz.

Oficina comunitária
Além da Bicicletada, os ciclistas da cidade de São Paulo acabam de trazer para o Brasil uma nova arma para a luta pelo espaço no trânsito. A Coopbike (http://coopbike.sarava.org/), criada em novembro, foi inspirada na idéia da Bike Church, que, como a Bicicletada, nasceu na cidade norte-americana de São Francisco.

O estudante de Letras Mathias Fingermann, um dos organizadores, explica que a Coopbike é uma oficina comunitária de bicicletas. — A idéia é que as oficinas sejam de todos, de uso livre. O princípio é o do faça você mesmo: quem não sabe aprende, quem sabe, ensina-, diz.

A primeira sede da Coopbike funcionará na Rua Dona Antônia de Queiroz, 40, no bairro da Consolação. As ferramentas, a princípio, serão doadas por simpatizantes. — Quem tiver uma ferramenta repetida pode doar. Com o tempo a Coopbike vai virar uma referência para o ciclista. Ali ele poderá aprender toda a manutenção da bicicleta e terá dicas de ciclistas mais experientes-, explica. (Agência Repórter Social, 16/11)

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