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2005-11-24
Milhões de pessoas na cidade de Harbin, no norte da China, estão sem água há mais de 24 horas, depois de o fornecimento ter sido suspenso por causa de uma explosão em uma fábrica de produtos químicos. O suprimento foi interrompido depois de ter sido confirmado que o acidente, ocorrido há 10 dias, poluiu as águas do rio Songhua com benzeno, uma substância tóxica que pode levar à morte.

– Os níveis de benzeno estão 108 vezes acima dos níveis considerados seguros no país –, afirmou a Administração de Proteção ao Meio Ambiente da China. A previsão era de que as águas poluídas atingissem Harbin nesta quarta-feira (23/11) e que elas demorariam dois dias para passar pela cidade, que tem uma população de mais de três milhões de habitantes.

Mais de 16 mil toneladas de água potável estão sendo enviadas à cidade em caminhões. Porém, a quantidade é menor do que o consumo diário normal de Harbin. Apesar de as autoridades chinesas terem conseguido acalmar algumas pessoas preocupadas com a falta de água, milhares de outras estão deixando a cidade.

Segundo as companhias aéreas, todos os vôos que saem de Harbin estão lotados. –Todos querem deixar Harbin e está muito difícil conseguir passagens–, afirmou um gerente de uma empresa. Quinze hospitais estão em alerta para lidar com possíveis vítimas de envenenamento, e várias escolas e empresas fecharam.

O fornecimento de água foi restabelecido por um curto período de tempo nesta quarta-feira (23/11) para a populalção poder estocar certa quantidade do líquido antes da chegada das águas poluídas. A explosão da fábrica de produtos químicos ocorreu no dia 13 na cidade de Jilin, que fica na beira do rio Songhua, que fornece água para Harbin.

Inicialmente, o governo havia dito que a falta de água iria durar quatro dias, mas um representante da companhia disse que não há prazo para retomada do fornecimento. Moradores de Harbin desconfiam do governo, que inicialmente disse que a distribuição de água havia sido suspensa para uma manutenção de rotina da rede.

A explosão teria forçado a evacuação temporária de cerca de 10 mil moradores da cidade, mas, quando ela ocorreu, as autoridades não deram qualquer sinal de que havia risco de a água que abastece a cidade ter sido contaminada. Os anúncios de falta de água levaram os moradores a comprar alimentos e água nos supermercados da cidade. Há informações de que os estoques do líquido e de outras bebidas à venda já teriam se esgotado.

As autoridades também providenciaram caminhões-pipa para distribuir água à população. Também há informações de que alguns moradores estão dormindo ao relento, em temperaturas abaixo de zero, depois de surgirem rumores de um terremoto iminente. (Com informações da BBC, 23/11)

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