Cientistas portugueses usam detecção remota para prever risco de incêndio
2005-11-23
Investigadores portugueses estão criando, no âmbito do Projeto Europeu sobre Monitoramento Ambiental Remoto (PIMHAI), um mapa da ocupação do solo através de imagens captada por satélite e via aérea, com o objetivo de avaliar os riscos de incêndio, analisar a velocidade de regeneração da vegetação e minimizar vários problemas ambientais.
–O objetivo é desenvolver uma plataforma para analisar e processar imagens por detecção remota–, explica Pedro Pina, do Instituto Superior Técnico (IST), uma das instituições portuguesas desta rede, que faz parte da Associação para o Desenvolvimento das Telecomunicações e Técnicas de Informática (ADETTI).
O PIMHAI inclui ainda instituições da Espanha, França e Reino Unido. Os investigadores portugueses optaram por trabalhar no conselho da Chamusca, uma zona com grande diversidade de paisagem a nível de campos cultivados e floresta que viu 70% da sua superfície florestal desaparecer nos incêndios de 2003.
–Já tínhamos algumas imagens da Chamusca antes dos fogos. Agora vamos captar novas imagens (através de sensores colocados em aviões) para ver a evolução das zonas queimadas–, adiantou o investigador do IST.
Além da previsão de fogos e inventário de espécies florestais, vai ser possível analisar o ambiente costeiro (erosão e monitorização do litoral, poluição) e fazer –agricultura de precisão– com dados relativos à estimativa de colheitas, detecção de doenças e tratamento controlado dos campos.
A cartografia regional da ocupação do solo e a gestão urbana são outras aplicações possíveis. Cada país está desenvolvendo metodologias para avaliar um problema específico: na Espanha, o tema é a qualidade das águas, na França, os cientistas investigam a doença das vinhas e, no Reino Unido, monitoram igualmente os campos cultivados. Depois as instituições vão trocar metodologias entre si.
O projeto PIMHAI vai ser apresentado no próximo dia 28 durante um seminário em Lisboa, onde vão ser divulgados alguns resultados do trabalho experimental.
O PIMHAI, com a duração de três anos, foi lançado em janeiro de 2004. A rede é constituída por oito instituições parceiras e 60 investigadores. (PIMHAI, 22/11)