Memorando interno levanta dúvidas sobre limpeza na baía do Rio Hudson
2005-11-23
Agentes federais da área de conservação nos Estados Unidos levantaram sérias dúvidas ontem (22/11) sobre o plano recentemente aprovado para escavar centenas de milhares de jardas cúbicas de substâncias químicas perigosas do leito do Rio Hudson, e aceneram com a possibilidade de que uma limpeza de longa duração que fora programada nunca foi de fato concluída.
Conforme disse num memorando secreto um funcionário da Administração Atmosférica e Oceânica Nacional (NOAA), a General Electric pretende deixar substanciais quantidades de contaminantes no rio, colocando nele uma cápsula com material adicional ao invés de remover as substâncias poluentes que já existem nele. Mas a cápsula poderia ir embora com a chuva, num temporal, liberando policloreto de bifenila (PCB) remanescente.
Segundo o funcionário, que não foi identificado, o plano da GE – um dos mais ambiciosos planos de limpeza de resíduos industriais – não faria o suficiente para reconstruir o habitat natural destruído pela limpeza, mas deixaria a natureza seguir seu curso, numa abordagem que poderia reduzir as chances de o leito do rio se recuperar.
O memorando questiona as chances de sucesso do plano, afirmando que uma recuperação de longo prazo do sistema poderia ser retardada, trazendo ainda mais prejuízos para os recursos naturais. A GE, que não viu o memorando ainda, chegou a um acordo com a Agência de Proteção Ambiental (EPA), no mês passado, para levar adiante o plano de limpeza. Uma forte oposição de outra agência, em si mesma, não seria suficiente para abortar o projeto, mas é suficiente para despertar oposição entre grupos comunitários e ambientais para esta questão. (NY Times, 21/11)