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2005-11-22
A conta é grande, mas não é difícil: há, em média 40 mil árvores por Km2. Se, no Brasil, são desmatados em média 25 milhões de Km2 de florestas por ano, derrubam-se em torno de 1 bilhão de árvores. Se 5% dessas árvores são aproveitáveis para o corte raso, temos 50 milhões de árvores que poderiam ser aproveitadas. Dessas, por volta de 40 milhões teriam potencial para para o setor madeireiro, o que significaria ter por volta de 70 milhões de m3 para comercialização. Mercadoria para movimentar pelo menos R$ 9 bilhões.

Apresentado pelo pesquisador Peter Mann de Toledo, da diretoria da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em palestra no Mercado Floresta, em São Paulo, semana passada, esse cálculo é modesto, ainda. Considera os valores por baixo - fala-se daquele número de 40 mil árvores por Km2 como mínimo, pois baseia-se num estudo seu publicado pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), no qual mostra que encontram-se em média de 400 a 750 árvores, de no mínimo 10 cm de espessura, por hectare de floresta na Amazônia. A número de árvores estaria, então, entre 40 mil e 75 mil árvores por Km2.

E essa quantidade de madeira, a aproveitável e a não aproveitável, é desperdiçada a cada ano. Derrubada e queimada para abrir espaço para que se usem grandes extensões de terra, em geral, para o cultivo de soja ou para a criação de gado.

Como se não bastasse o desperdício econômico, Toledo também lembra do impacto dessa ação sobre a vida na região, animal e vegetal. Aplicando o mesmo raciocínio da madeira para o número de primatas, por exemplo, por área de floresta, vemos que cada Km2 abriga de 35 a 81 indivíduos. Com a área média desmatada (25 milhões de Km2/ano), vemos que entre 914 mil e 2,12 milhões de primatas são afetados por ano. Não necessariamente extintos, lembra o pesquisador, mas são, no mínimo desalojados. O que obrigatoriamente representa um impacto sem parâmetro na vida desses indivíduos.

Disparates
Toledo pede atenção para o problema da biodiversidade e da devastação. E prova que o governo não dá essa prioridade à Amazônia. Destina para pesquisas como as suas, relativas à Amazônia, apenas 3% dos recursos da pasta de Ciência e Tecnologia, ao mesmo tempo em que resguarda, em Fundos Setoriais contingenciados, para a balança comercial, R$ 3 bilhões.

— Se desses fundos setoriais, se destinassem 5% para a pesquisa para a conservação da Amazônia, seriam R$ 150 milhões - estima Toledo, que lembra que esse é o valor destinado a pesquisas espaciais brasileiras.

Para ele, não faz sentido não priorizar a Amazônia: a região gera 6,9% do PIB, isso sem contar o potencial que é desperdiçado com o desmatamento. O raciocínio do pesquisador, aqui, é esperto como o de um negociante: bastava conservar essas árvores que são derrubadas, que se teria por ano R$ 9 bilhões a mais para lucrar. Tirar daí R$ 150 milhões seria uma quantia irrisória, mas significativa para a conservação das florestas e da vida na região amazônica. (Amazonia.org.br, 21/11)

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