Ministério Público de Santa Catarina prevê precariedade em saneamento básico
2005-11-22
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) resolveu intervir na situação do
sistema de esgoto sanitário do estado, já que apenas 16% das pessoas (400 mil)
que vivem nas cidades catarinenses são atendidas adequadamente por serviços de
esgoto – a média nacional é de 44%. Cerca de quatro milhões de catarinenses
residentes na área urbana não são atendidos por redes de tratamento, o que gera
o lançamento de 576 milhões de litros de esgoto por dia, de forma direta ou
indireta, nos mananciais de água superficiais e subterrâneos.
O MPSC divulgou os diagnósticos com estes e outros dados apurados em inquérito
civil, instaurado em setembro de 2004 pelo Procurador-Geral de Justiça, Pedro
Sérgio Steil. Com base nas informações coletadas junto com 293 municípios
catarinenses, o Ministério promete adotar medidas por bacia hidrográfica, para
ampliar a estrutura e tratamento de esgoto.
O MPSC assinou termo de cooperação técnica com órgãos píublicos e entidades
civis, com a finalidade de implementar ações integradas que possibilitem melhorar
o atendimento à população urbana.
– Se necessário, vamos identificar responsabilidades e exigir a implementação de
medidas, já que a destinação inadequada de esgoto é crime ambiental-, diz o
Coordenador-geral do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (CME) do MPSC,
Jacson Côrrea. – A destinação inadequada de esgotos sanitários é a causadora da
poluição do solo, de lençóis freáticos, de mananciais, de cursos dágua e de uma
série de doenças-, diz
O litoral catarinense abriga 70% da população do Estado e possui apenas 30% da
disponibilidade de água doce. – Com potencial turístico cuja preservação é
fundamental para o desenvolvimento sócio-econômico de Santa Catarina, a região
litorânea enfrenta problemas de toda a ordem, como rios e lagos com pequeno
volume, lençol subterrâneo com água de má qualidade, alta densidade populacional,
urbanização acelerada e desordenada, migração crescente com geração de favelas e
invasões de áreas-, diz Côrrea. (GM, 22/11)