Florestamento enfrenta resistências no RS
2005-11-21
Apontado como saída econômica para a Metade Sul do Rio Grande do Sul, o
plantio
de árvores para atender a indústrias de celulose deve enfrentar a
oposição dos
ecologistas. O florestamento já vem sofrendo forte resistência no
Uruguai, que
tende a formar com o Rio Grande do Sul um pólo do setor.
A luta no país vizinho contra a instalação de duas fábricas de celulose
com
projetos já aprovados – um da escandinava Botnia e outro da espanhola
Ence, que
investirão US$ 2 bilhões – foi apresentada na quinta-feira (17/11) pela
ecologista uruguaia Ana Filippini, no 6º Seminário Internacional de
Agroecologia,
promovido pela Emater e pela Assembléia Legislativa.
O Uruguai já tem 700 mil hectares de florestas plantadas. No Rio Grande
do Sul,
a área cultivada é de 360 mil hectares e já foram anunciados
investimentos que
somam US$ 2,2 bilhões das indústrias de celulose Stora Enso e
Votorantim
Celulose e Papel (VCP).
– Nos lugares onde a umidade é pouca, os eucaliptos plantados chegaram
a secar
poços artesianos de até 30 metros de profundidade, deixando sem água a
população
–, disse a ativista da organização World Rainforest Movement, ao
enumerar
prejuízos à natureza atribuídos ao florestamento.
Já para o agrônomo e assessor da Fundação Estadual de Proteção
Ambiental Túlio
Carvalho, se adotados mecanismos de controle, como o plantio das
árvores em
mosaico e a exigência de preservação de áreas naturais, as florestas
podem se
incorporar ao ambiente da Metade Sul sem devastá-lo. (ZH, 18/11)