Morcegos têm vírus da raiva no rio Grande do Sul
2005-11-21
O Rio Grande do Sul está entre os estados em que foram encontrados
morcegos positivos para a transmissão da raiva. A informação foi dada
na sexta-feira (18/11) pelo coordenador do Programa Estadual de
Controle e Profilaxia da Raiva, da Secretaria Estadual da Saúde (SES),
veterinário Eduardo Caldas, que ministrou durante dois dias curso de
capacitação em vigilância de quirópteros (morcegos) no Estado a médicos
e veterinários que atuam na área.
Caldas explicou que a medida é cautelar e visa esclarecer e orientar
sobre o manejo e a conservação desses animais. Embora cause medo e
repulsa entre os seres humanos, o morcego é protegido por lei e tem
papel significativo na natureza.
A raiva é uma doença fatal, transmitida por vírus presente na saliva
de animais doentes. Qualquer mamífero (cão, gato, morcegos hematófagos
e não-hematófagos) pode passar o vírus pelo contato com saliva e
mordedura. – A nossa preocupação é que haja monitoramento. Uma busca
por animais silvestres para ver se são encontrados vírus neles-,
informou Caldas.
A doença voltou a ser o centro das atenções recentemente, quando
provocou mortes no Pará e no Maranhão. As vítimas, moradoras da zona
rural, foram mordidas por hematófagos. No RS, o último caso de raiva
humana aconteceu em 1981, causada por cão. O tratamento é feito por
meio de vacina anti-rábica. – É a única no mundo que funciona como
tratamento também-, destacou o veterinário.
Outra doença relacionada ao morcego, a histoplasmose, é causada por
fungo que se prolifera nas fezes do animal. As pessoas adquirem quando
o ambiente tem grande quantidade de matéria orgânica. Segundo Caldas,
a doença, mais rara, não é fatal.
Protegidos pela lei de crimes ambientais, morcegos têm as funções de
polinização de flores, dispersão de sementes e controle da população
de invertebrados. Para se prevenir das visitas , é preciso
vedar vãos e telhados com aberturas superiores a 1,5cm. Recomenda-se
evitar contato com morcegos vivos ou mortos. Não se deve pegá-los com
mãos desprotegidas. (CP, 19/11)