Aqüífero Guarani exige preservação
2005-11-21
Estudos recentes sobre o Aqüífero Guarani, considerado como a reserva
de mar de água doce no subsolo brasileiro, comprovam a
necessidade de preservação dos mananciais hídricos, especialmente no
RS. Segundo o geólogo da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
(CPRM), José Luiz Flores Machado, o aqüífero não é contínuo e
permanente como se imaginava. É constituído de vários aqüíferos, com
quantidades e qualidades diferentes de água. O especialista avaliou e
mapeou as águas de 181 poços tubulares da Corsan, CPRM, Petrobras,
Paulipetro e de empresas. Identificou que, no Estado, são quatro
compartimentos. – A Fronteira-Oeste é a região que apresenta a melhor
quantidade e qualidade de água. No compartimento Central-Missões as
águas em geral são de qualidade boa e razoável, mas a potencialidade é
menor. O compartimento Leste, que envolve região Metropolitana, Caxias
do Sul, Bom Jesus, é o que tem menor potencialidade, porém a água tem
qualidade. Já a parte Norte-Alto Uruguai tem grande potencialidade de
água, mas a qualidade deixa muito a desejar.-
O alerta sobre a reserva foi feito durante evento na Capital. Conforme
o engenheiro civil do Núcleo de Desenvolvimento Social da Emater, Adão
Bertier Rodrigues, a perfuração indiscriminada de poços artesianos
pode gerar a contaminação dos lençóis. – Precisamos conscientizar
sobre o manejo adequado das reservas hídricas que são as últimas que
poderemos usar-, avalia, sobre ação que será levada aos produtores.
Machado acrescenta que o aqüífero, estimado em cinco quilômetros
cúbicos, é uma rocha arenosa que acumula a água da chuva a grandes
profundidades, como uma esponja. Como a infiltração é lenta, a
renovação do manancial também é vagarosa e leva milhares de anos para
ser reposta. – É importante o trabalho da Sema junto às propriedades.
Para abrir posto é fundamental a avaliação da Secretaria do Meio
Ambiente do Estado [Sema]. O produtor também deve estar atento à
qualidade da água retirada e procurar fazer a sua análise. Caso
contrário, pode implicar até contaminação da lavoura.- (CP, 20/11)