Proliferação do borrachudo preocupa prefeituras da região do Sinos
2005-11-18
Preocupadas com a saúde da população e com o desequilíbrio ambiental causados
pelo inseto do gênero Simulium , popularmente chamado de borrachudo, as
Secretarias de Saúde, Meio Ambiente e Agricultura, juntamente com a Empresa de
Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) dos municípios da região estão
unindo esforços no controle ao inseto. Atividades quinzenais com escovação de
riachos e arroios e aplicação do larvicida biológico à base do BTI vêm ocorrendo
quinzenalmente nas cidades.
No Vale do Sinos, o trabalho se iniciou no mês de outubro e segue até meados de
fevereiro, de acordo com focos existentes. Os municípios de Campo Bom, Dois
Irmãos, Estância Velha, Ivoti e Sapiranga estão realizando os trabalhos com
equipes, entre funcionários das Secretarias de Saúde e Meio Ambiente e da Emater.
Já em Novo Hamburgo, devido à compra do inseticida BTI, o trabalho de controle
ainda não foi iniciado. De acordo com o secretário de Agricultura, Roberto
Killing, o pedido do produto já foi encaminhado para a compra. – Só estamos
aguardando o material para iniciar o trabalho em todo o Município,
principalmente em áreas mais atingidas, como Lomba Grande-, enfatiza.
Estância Velha, com diversos focos de borrachudo, está com trabalho intenso de
controle do inseto. Na quarta-feira (16/11), fez a escovação nos arroios e
aplicou o inseticida, tanto em córregos do município quanto em propriedades
particulares. – Fizemos uma aplicação a cada 250 metros, começando o trabalho na
divisa do município com Ivoti e só terminado em Portão-, explica o diretor da
Secretaria de Meio Ambiente e o responsável pelo trabalho, Hilton Belmonte. De
acordo com ele, devido às chuvas, os focos aumentaram, e o trabalho deve seguir
até fevereiro.
COLABORAÇÃO - O responsável pelo escritório da Emater em Estância Velha,
Adenir José Basso, que acompanhou a atividade realizada ontem, destacou a
importância da colaboração dos moradores no combate. – Algumas pessoas da
comunidade nos ligam informando focos e estes sabem direitinho a época que
faremos novamente o combate-, diz. O agricultor Ênio Metz, 58 anos, morador do
bairro das Rosas, um dos colaboradores da equipe de combate ao borrachudo,
sempre informa sobre o surgimento de focos. – Este ano foi de muita chuva.
Precisamos ajudar, senão eles tomam conta.-
Presença do inseto é sinal de desequilíbrio ambiental
No Vale do Paranhana, Igrejinha, Parobé, Riozinho, Rolante, Taquara e Três
Coroas estão realizando a aplicação, a cada 15 dias, do produto biológico BTI,
que age sobre o borrachudo sem afetar o ser humano ou animais.
Segundo o supervisor regional da Emater nos Vales do Sinos e Paranhana, Nelson Baldasso, a
grande presença do inseto é um sinal de que o ambiente está desequilibrado. – A
poluição acaba favorecendo a morte dos combatentes do borrachudo. Temos que
trabalhar na recomposição do equilíbrio ecológico. No inverno, diminuem as
picadas do borrachudo e os municípios param as ações contra ele. Quando esquenta,
recomeçam. Precisa haver um trabalho permanente-, avalia Baldasso, destacando a
recomposição das faunas.
De acordo com o técnico agrícola da Emater de Rolante, Dolines Mezera, existem
outras práticas para evitar o inseto. – Temos que evitar dejetos de animais e
humanos nos arroios, fazer mutirões de limpeza e evitar a pesca predatória-,
sugere. (Jornal NH, 17/11)