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2005-11-18
Um fungo nativo do leste da África poderá ser usado no combate à malária, segundo uma recente pesquisa apresentada na Quarta Conferência Pan-Africana sobre Malária em Iaundê, nos Camarões. Uma equipe internacional de cientistas da Holanda, Tanzânia e Grã-Bretanha disse que a descoberta poderia reduzir significativamente os casos de malária no mundo.

De acordo com os especialistas, quando o fungo infecta certos insetos, entre eles o mosquito transmissor da malária, ele cresce rapidamente e mata o animal. Segundo o estudo, o fungo diminui a expectativa de vida do mosquito em dois terços, para apenas sete dias.

Conforme o professor Willem Takken, da universidade de Wageningn, da Holanda, o fungo também impede que os mosquitos transmitam o parasita da malária para humanos. –No momento em que o mosquito é infectado pelo fungo, ele basicamente pára de consumir sangue–, disse o cientista. –Parece que ele não tem mais fome. Ele poderá beber água ou suco, mas não se alimentar de sangue–, completou.

Os estudos realizados na Tanzânia, onde os cientistas cobriram 20% das superfícies em que os mosquitos –descansam– com lençóis contendo o fungo, levaram a uma queda de 76% de incidência da doença. Os cientistas têm tanta confiança nos resultados que eles acreditam que a técnica do fungo poderia levar à criação de uma pequena indústria em cidades pela África, onde os esporos do fungo poderiam ser cultivados em farinha de arroz ou em plantas locais.

Os pesquisadores calculam que, dentro de quatro anos, a técnica poderia substituir as telas de proteção tratadas com inseticida como um meio de controlar os mosquitos. Eles também acreditam que, ao contrário do que acontece com os inseticidas, cujos compostos já não matam 80% dos mosquitos, os insetos provavelmente não vão desenvolver resistência ao fungo, já que ele atinge vários genes do parasita. (BBC, 17/11)

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