Cosméticos são a nova aposta dos orgânicos
2005-11-17
O mercado mundial de produtos orgânicos movimenta por ano US$ 26,5 bilhões, mas a participação brasileira ainda é pequena e o mercado interno consome modestos US$ 300 milhões desses produtos cultivados sem uso de fertilizantes, inseticidas e novas tecnologias como os transgênicos e seus derivados. Apesar do pequeno volume financeiro, é um mercado que cresce e encontrou nos cosméticos um empurrão, que já responde por 19% das vendas e será uma das estrelas da BioFach América Latina, maior feira da região. O evento começa hoje no Riocentro, no Rio de Janeiro, e vai até sexta-feira.
— Esses produtos para saúde e beleza são provenientes de empresas que seguem uma postura responsável com o meio ambiente e adotaram o conceito de sustentabilidade - diz Maria Beatriz Martins Costa, diretora do Planeta Orgânico e uma das organizadoras da BioFach AL, que vê na relação dessas empresas com o meio ambiente o estímulo às vendas.
Em busca do socialmente e ecologicamente corretos, os produtos de beleza e saúde são elaborados com matérias-primas de origem vegetal e não sintética, um dos elementos usados para diferenciá-los dos produtos tradicionais que usam derivados do petróleo.
Em sua maioria, são médias, pequenas e microempresas, como Cassiopéia, AyurVida, Florestas e Weleda que mostrarão as novidades em cosméticos na Biofach AL. A Cassiopéia, que tem como característica o uso de babosa (aloe vera) nos produtos, apresentará um protetor solar natural, com a promessa de ser o único do mercado. O produto, de fator solar (FPS) 25, é preparado com dez matérias-primas naturais para uso diário.
Já a AyurVida lançará bases tonalizadoras faciais para peles ressecadas, normais ou mista e oleosas, enquanto a Florestas procurará difundir no País os kits para Spa em casa, que fazem sucesso no mercado americano. Hoje, 80% da produção da Florestas está voltada para o exterior, com destaque para os Estados Unidos, Holanda, Hong Kong e Japão.
Mas o forte dos orgânicos ainda são os produtos agrícolas, com destaque para os que começam a ganhar escala industrial, prontos para conquistar novos mercados, além do doméstico. É o caso, por exemplo, do açúcar orgânico da Native Alimentos, que também tem linha completa de sucos. No entanto, a ponta visível dos orgânicos ainda são as verduras, livres de agrotóxicos. (O Estado de S. Paulo, 16/11)