Banhistas ignoram riscos de doenças nas águas do Rio dos Sinos
2005-11-17
Mais um dia de praia cheia no balneário Vitor Matheus Teixeira, a Prainha, às margens
do Rio dos Sinos, no bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo. Quem se banhava nas águas
poluídas e sentava-se na areia que há anos registra altos níveis de coliformes fecais
parecia não se importar com os perigos desse contato.
A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) pretende definir a data para uma reunião com
representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam), com a proposta de
discutir qual a campanha mais adequada para orientar a comunidade sobre os riscos de
se banhar no Rio dos Sinos. A titular da Semam, Margô Guadalupe Antônio, ratificou a
intenção de que este encontro deva ocorrer nos próximos dias.
– Por causa de outras prioridades, ainda não tive tempo para conversar com o pessoal
do Meio Ambiente, mas até esta amanhã [18/10] devemos definir uma data para a reunião-,
diz o secretário municipal de Saúde, João Carlos Rath. Já Margô revelou que equipes da
Semam estão intensificando a fiscalização com a proposta de renovar ou não os
licenciamentos para o funcionamento dos balneários no Município. Caso seja constatada
alguma irregularidade, o responsável pelo local será notificado e, se necessário,
autuado .
A secretária acrescentou que já estão programadas análises da água para avaliar a
balneabilidade. – Já tem uma empresa contratada para realizar este trabalho, que será
feito periodicamente-, revela Margô. Caso seja constatado alto índice de coliformes
fecais, a Semam irá realizar campanhas de orientação e advertência junto aos
freqüentadores. – Avisos no local surtem pouco efeito [na Prainha, não há
placas de advertência]. Devemos divulgar campanhas pela mídia e por meio de
representantes da Prefeitura, que possam percorrer os balneários durante o verão com a
meta de orientar as pessoas-, destaca Rath.
DOENÇAS
- O secretário da Saúde informou ainda que os banhistas que
freqüentam os balneários do Rio dos Sinos correm o risco de sofrer contaminações,
infecções intestinais, alergias, irritações na pele e verminoses, entre outras doenças.
O garoto Lennon da Silva Knevitz, 14 anos, morador do bairro Rondônia, é uma vítima da
água contaminada do Sinos. Há dois anos ele enfrentou problemas com micose. Na terça-
feira (15/11), na Prainha, sentado sob uma árvore, Lennon mostrou as marcas nas costas
por causa da micose e revelou sua frustração por não poder entrar na água. – Estou
fazendo tratamento e não posso entrar. Se eu pudesse, já estaria lá dentro-, revela o
garoto. (Jornal NH, 16/11)