China escapa da tendência à redução das florestas
2005-11-16
A difusão do plantio de árvores na China diminui a taxa de desflorestamento da Terra, mas os cortes nas florestas tropicais, em muitas áreas antes jamais cortadas, continua a crescer, segundo um novo relatório das Nações Unidas.
O estudo foi publicado na segunda-feira (14/11) pela Agência das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), com sede em Roma, e está disponível online pelo site fao.org/forestry.
–Enquanto um bom progresso tem sido feito em muitos locais, infelizmente os recursos florestais ainda têm sido perdidos ou degradados em uma taxa alarmante–, diz Hosny El-Lakany, diretor-geral assistente de Florestas da FAO. A lenta taxa de perda de florestas é estimulante até certo ponto, dizem os especialistas, mas os biólogos contra-argumentam que a maioria dos acres ganhos pelo plantio de floresta contém uma fração de diversidade animal e de plantas destruída sob a forma de florestas virgens. A cobertura florestal tem-se expandido na América do Norte, na Europa e na China, e diminuído nos trópicos.
O relatório informa que, ao redor do mundo, apenas 50 mil milhas quadradas de florestas – uma área menor que o Estado de Nova Iorque – foi cortada oi transformada em madeira anualmente, desde 2000. Cerca de metade da perda anual não apresentava traços de uso humano significativo, conforme o documento.
No relatório, que comparou as tendências florestais dos últimos cinco anos com as dos anos 90, a América do Sul ultrapassou a África em perda bruta anual de florestas – as diferenças entre as áreas acrescentadas às plantações e as perdas por corte ou queima. Muito da recente devastação na América do Sul, recentemente, ocorre ao sul da bacia Amazônica, onde a floresta está rapidamente se convertendo em pasto e em plantações, especialmente de soja.
A Ásia experimentou uma virada extraordinária nesta década: perdeu cerca de 3 mil milhas quadradas de florestas por ano na década de 90, mas ganhou cerca de 4 mil anualmente, desde 2000, informa Mette Loyche Wilkie, da FAO. Mas quase toda esta mudança ocorreu por causa da China, que tem uma nova política florestal, disse ela. Nos outros lugares da Ásia, as florestas ainda estão sendo cortadas rapidamente, diz o relatório. (NY Times, 15/11)