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2005-11-14
A queda dos preços da soja, aliada à baixa cotação do dólar e ao endividamento rural, poderá levar um grande número de produtores de Mato Grosso a migrar seus investimentos para a área de reflorestamento. Saem milho, arroz e algodão e entram os eucaliptos e as tecas.

A Agroverde Insumos Agrícolas, de Nova Mutum (269 quilômetros ao Médio Norte de Cuiabá), é uma das empresas que enxergaram este filão e decidiu direcionar parte de seus investimentos ao plantio de soja para a área de reflorestamento.

Na atual safra, a empresa destinou 16% de sua área de soja para o plantio de eucaliptos. E, até 2007, 40% da superfície cultivável mantida pela empresa será tomada por florestas.

Segundo o gerente Renato Alves de Freitas, o custo para a produção de um hectare de eucalipto, durante sete anos (período em que se tem a primeira safra), gira em torno de R$ 2,5 mil.

— Depois de sete anos vou ter 250 metros cúbicos de lenha, que vão render R$ 7,5 mil. Atualmente, o metro cúbico está cotado entre R$ 25 e R$ 30. Descontando o valor inicial de investimento, tenho um líquido de R$ 5 mil - explica.

Atualmente, investir em florestas é uma grande alternativa econômica, chegando a superar até mesmo a agricultura, que enfrenta crises sazonais e é obrigada a descartar a produção em momentos inadequados, quando o mercado está em baixa e não garante preços remuneradores nas cotações.

— Com o reflorestamento, o investidor tem a possibilidade de manejar a floresta e vender o produto no momento que achar oportuno. Ou seja, o agricultor não fica vulnerável à situação do mercado e nem é obrigado a vender seus produtos a preços irrisórios, como acontece com a agricultura - sustenta o pesquisador Sebastião Valverde.

O presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), Rui Otoni Prado, diz que o reflorestamento é uma tendência no País, em função da conjuntura desfavorável da soja e as tendências de elevações dos estoques mundiais da commodity.

— Os números do reflorestamento são atrativos e já existem até linhas de crédito para esse tipo de atividade, como o PropFlora, o Pronaf Florestal e o FCO Pronatureza.

Na avaliação de Rui Prado, mais do que equilibrar o passivo ambiental resultante de anos de exploração desordenada, o reflorestamento é considerado, hoje, um excelente negócio.

— Está faltando madeira no mercado. Os preços estão subindo e o mercado é atrativo para este tipo de investimento - aponta ele.

— Os produtores já estão fazendo as contas e verificando que reflorestar é um bom negócio. A atividade pode render até mais do que a soja e o boi - lembra o secretário de Desenvolvimento Rural do Estado, Clóves Vettorato, citando um exemplo do resultado que o investimento pode trazer: — Cada mil hectares de área reflorestada pode viabilizar uma indústria de papel e celulose.

Por conta destas vantagens, muitos produtores já falam em migrar suas plantações para projetos de reflorestamento, mas sabem do rendimento a longo prazo.

Estado tem exemplos como o da Agroverde
A Agroverde já vinha desenvolvendo a experiência com eucalipto em uma área de 120 hectares. Este ano, a empresa vai plantar dois mil hectares de florestas e, em 2006, a previsão é de que esta área se amplie para três mil hectares.

— Não é nem preciso fazer as contas. Para a condição atual, é bem mais vantajoso investir em reflorestamento. Mas isso não significa que iremos deixar de plantar soja - faz questão de lembrar o gerente Renato Alves de Freitas.

A Sementes Girassol, com sede em Rondonópolis (210 quilômetros ao Sul de Cuiabá), é outra empresa que está de olho no reflorestamento.

— Apesar de ser um investimento de longo prazo, [o reflorestamento] é uma atividade viável e garantia de lucro para o produtor - assegura o senador, empresário e produtor Gilberto Goellner.

No momento, a empresa está procurando parceiros para financiar um projeto de cultivo de cinco mil hectares de florestas em Jaciara (150 quilômetros ao Sul de Cuiabá). A Sementes Girassol tem hoje apenas 50 hectares com eucalipto.

A Berté Florestal também desenvolve projetos de reflorestamento em Mato Grosso, e totaliza 8,4 mil hectares (ha), sendo 6 mil hectares de eucalipto e 2,4 mil/ha de teca. Estes projetos estão localizados principalmente nas regiões de Jaciara, Juscimeira, Dom Aquino e Rondonópolis (ao Sul do Estado), onde são desenvolvidas experiências com o eucalipto, em parceria com a esmagadora Bünge, de Rondonópolis. A maior parte da produção nessa região é destinada à geração de vapor e para a indústria moveleira.

Na região de Brasnorte e Juruena (Norte estadual), a Berté Florestal tem projetos de reflorestamento de teca em uma área de 2,4 mil/ha. (Diário de Cuiabá, 13/11)

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