ES discute novos modelos para silvicultura
2005-11-14
Os produtores capixabas têm um novo desafio para desenvolver a silvicultura no Espírito Santo. De acordo com o professor Carlos José Caetano Bacha, titular da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, cultivar florestas em terras ociosas de propriedades rurais é o próximo passo para desenvolver a silvicultura, sem prejudicar a mata nativa. A constatação foi feita durante o segundo Seminário Agronegócio: a força do Espírito Santo, realizado no auditório da Rede Gazeta.
Na prática, a alternativa apontada por Carlos Bacha seria feita por meio do aluguel de terra, já utilizado em outros estados como São Paulo e Paraná. — É possível algumas empresas ou produtores interessados na lucratividade alugar terras, já que a empresa plantaria a floresta e pagaria este aluguel com as madeiras a serem obtidas. O indivíduo que possui a terra ociosa vai ganhar uma receita e outro vai ganhar o lucro com a atividade florestal, respeitando a legislação ambiental-, explicou o professor.
Carlos Bacha, que também é especialista em cadeia produtiva da silvicultura, destacou o plantio de eucalipto no Estado como principal atividade do ramo e explicou que apesar de ser uma monocultura, existe alternativas para se plantar sem que prejudique o meio ambiente. —De fato, o plantio em grande escala de eucalipito é uma monocultura, assim como é a soja no Estado do Mato Grosso. Existe experimentos muito interessantes como os mosaicos em que você combina plantios homogêneos com heterogêneos de forma que a fauna e flora se preserve dentro deste local-, conta Bacha.
No ramo da silvicultura, o agronegócio pode incluir os produtos madeireiros - lenha, carvão e tora, utilizados para a produção de siderurgia, móveis, papel e celulose e os não-madeireiros, como folhas e raízes para a produção de medicamentos, perfumes e ecoturismo. A silvicultura no Estado é responsável por 40% do PIB do agronegócio capixaba e por 12% do PIB total. Ela gera cerca de 70 mil empregos diretos e indiretos e ocupa 18 mil propriedades rurais. (Celulose Online, 11/11)