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2005-11-14
A possibilidade de aves migratórias trazerem o vírus H5N1, causador da gripe do frango, para solo brasileiro é ínfima, garante o diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama, Rômulo Mello. Embora o risco de uma infecção transmitida por essas aves seja insignificante, a postura das autoridades brasileiras é de cautela pois trata-se de uma doença grave.

As aves migratórias, que começam a chegar ao Brasil para passar o verão, serão monitoradas e examinadas por biólogos e veterinários do Ibama e de institutos de pesquisas. O Ibama atenderá com prioridade os pedidos de autorização para coleta de material destinado a pesquisas sobre aves migratórias.

Rômulo alerta que tráfico de animais e o intercâmbio de material biológico entre países sem o devido controle são fontes mais perigosas de transmissão do vírus da gripe do frango.

Até o momento, não há registro de contaminação de seres humanos por aves silvestres. Os seres humanos contraíram a gripe do frango por contato com animais domésticos de criadouros comerciais. O diretor Rômulo ressalta também que o Brasil está numa posição geográfica privilegiada, distante do Vietnã, Rússia, Romênia, Turquia onde ocorreram casos de gripe do frango.

Além disso, as aves originárias da Europa não costumam migrar em bandos para o Brasil atrás de alimentos e temperaturas mais quentes. Há registros de capturas de pássaros com anilhas da Inglaterra, Portugal entre outros países, mas são considerados casos isolados. Em 20 anos de monitoramento, registraram-se 163 espécies migratórias em solo brasileiro, sendo que 93 partiram dos Estados Unidos e do Canadá.

As aves migratórias concentram-se em praias, estuários, manguezais, alagados costeiros e salgados. O CEMAVE, em parceria com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), o Instituto Evandro Chagas e o Instituto Adolpho Lutz, desenvolve pesquisas e monitoramento das aves migratorias no Parque Nacional Lagoa do Peixe (RS), nas Reentrâncias Maranhenses, na Coroa do Avião (PE) e na Costa do Amapá, justamente com a finalidade de controlar a entrada de vírus no país, a exemplo do agressivo H5N1 e de outros menos nocivos como New Castle e o Oeste do Nilo. (Ibama, 11/11)

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