Campanha da ANA faz medições de vazões no Amazonas
2005-11-14
Técnicos da Agência Nacional de Águas (ANA) estarão em pontos estratégicos do rio Amazonas, a partir de segunda-feira (14/11), para verificar a vazão do rio e estudar as alterações no nível da água neste período do ano. Coletas de amostras de sedimentos, medições de vazão e verificações dos níveis do rio serão feitas pelos técnicos nas proximidades da cidade de Manacapuru, onde a ANA tem uma estação hidrométrica. Seguem pelo Amazonas até Parintins , Obidos e Santarém.
O estudo faz parte do projeto Hidrologia da Bacia Amazônica (HIBAM), trabalho científico internacional que envolve pesquisadores e técnicos do Brasil, Equador, Bolívia e França, para estudar a hidrologia e a geoquímica da Bacia Amazônica. Segundo estimativas dos pesquisadores, parte dos sedimentos gerados na bacia se acumula ao longo do rio e não escoam até a foz.
As áreas de várzeas foram escolhidas para centralizar a coleta de material no trabalho do grupo. — Precisamos entender a interação do rio Amazonas com as várzeas para, com estes dados, conseguir traçar as diferentes alterações do rio durante o ano -, afirma Eurides Oliveira, da Agência Nacional de Águas. Ele explica ainda que as várzeas são muito afetadas pelas secas, como esta que ocorreu recentemente na região amazônica.
Em parceria com o grupo de pesquisadores franceses, a ANA estará também testando uma nova metodologia, a altimetria espacial, que permite o monitoramento das vazões com a ajuda de satélites. De acordo com Naziano Pantoja Filizola, da Universidade do Amazonas, um dos pesquisadores do grupo, a campanha vai testar a tecnologia Doppler para calcular fluxos de matéria em suspensão no rio Solimões.
A bacia Amazônica, com aproximadamente 6.100.000 km² é a maior bacia hidrográfica do planeta. Com dimensões continentais, está situada na zona inter-tropical, recebendo precipitações médias anuais de 2.460mm. A descarga líquida média é estimada em 209.000m³/s. O aporte médio de sólidos em suspensão e do Rio Amazonas ao Oceano é estimado em cerca de 600 milhões de toneladas por ano. (MMA, 11/11)