Estudos ambientais param obras das papeleiras entre Argentina e Uruguai
2005-11-14
A guerra do papel entrou em um novo capítulo. O processo de outorga dos créditos de US$ 200 milhões por ano, solicitados pelas empresas de celulose à Corporação Financeira Internacional (CFI) do Banco Mundial para a construção das plantas em Fray Bentos está congelado. E ficará até que se completem os informes chave relacionados com o meio ambiente e os impactos transfronteriços da atividade das plantas de celulose.
Na manhã desta segunda-feira (14/11), estarão em Gualeguaychú três enviados do CAO (Conselheiro da Conformidade), do escritório de Ombudsman da CFI. O grupo já esteve na região há um mês, ouvindo todas as vozes implicadas no conflito. Eles o fizeram em resposta à apresentação feita em setembro diante da ombudsman Meg Taylor, pelo governador de Enre Rios Jorge Busti (PJ) e pelo vice-governador Guillermo Guastavino, solicitando-lhe que audite o processo de outorga dos créditos solicitados para o empreendimento.
Já foi feito um primeiro informe para a realização de uma auditoria. –Será constatado se a CFI, desde que as empresas solicitaram o crédito, conduziu-se de maneira diligente e se cumpriu com todas as políticas de salvaguarda–, explicou a advogada de Busti, Romina Picolotti. O informe reconhece a Assembléia Ambiental de Gualeguaychú como uma voz coerente e com demandas legítimas, e deixa claro que os processos de consulta pela aprovação dos projetos no Uruguay –dão a sensação de terem sido rápidos e que apresentam as consultas como tendo sido realizadas–.
Para os moradores de Gualeguaychú, a decisão da CAO é uma boa notícia. –Insistimos na paralisção das obras de construção das plantas imediatamente–, destacou o intendente Daniel Irigoyen. –Apesar de ser uma bosa pessoa, estamos convencidos de que o presidente Tabaré Vázquez equivoca-se nitso tudo–, acrescenta.
De sua parte, o Banco Mundial respondeu, na sexta-feira (11/11), que a Corporação Financeira Internacional comissionará uma organização independente e impacial com um processo de consulta das partes interessadas para oferecer aos cidadãos e a outras instâncias, em ambos os lados do Rio Uruguai, a oportunidade de revisar o estudo e proporcionar seus comentários. Estes comentários serão incorporados às conclusões do estudo de impacto, o que ajudará a determinar se CFI outorgará financiamento às plantas. (Clarín, 13/11)