Ministro da Saúde apresenta em Montevidéu plano brasileiro para possível pandemia de gripe aviária
2005-11-11
O ministro da Saúde, Saraiva Felipe, participa hoje, em Montevidéu (Uruguai), da 19ª Reunião de Ministros da Saúde do Mercosul e Estados Associados. O encontro tem como objetivo discutir a criação de comissões intergovernamentais de combate à aids, de saúde ambiental, de controle do tabaco e de saúde do trabalhador.
Outro assunto que deve ser debatido é a situação da gripe aviária no mundo. Sobre a questão, Saraiva Felipe vai apresentar o Plano Brasileiro de Contingência para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza. O programa, cujo lançamento está previsto para o dia 16, no Rio de Janeiro, estabelece as ações e medidas a serem adotadas para evitar a entrada da gripe aviária em território nacional.
(Agência Brasil, 11/11)
Especialistas discutem implicações da gripe aviária no Brasil
O diretor substituto do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura,
Jamil Gomes de Souza afirmou na quarta-feira (09/11), no programa Diálogo Brasil, que
a prevenção é a primeira medida a ser tomada diante da possibilidade de uma possível
pandemia causada pela mutação do vírus da gripe aviária. – Nós temos que prevenir e,
se o vírus entrar, erradicar a doença-, disse.
No estúdio da TV Nacional, em Brasília, ele destacou que isso não implica abater os
animais. – Prevenir não significa matar as aves. Neste momento, as aves ornamentais
dos parques e jardins não são ameaça. Só serão se começarem e morrer em grande
quantidade. O diretor informou que, em caso de suspeita de contaminação, as pessoas
podem entrar em contato com a superintendência do ministério nos estados.
No estúdio da TVE Brasil, no Rio de Janeiro, o infectologista e epidemiologista Roberto
Medronho afirmou que as previsões dos riscos de pandemia servem para alertar e para
incentivar as medidas adequadas de prevenção e controle. – Se houver essa provável
mutação, atingindo o Hemisfério Norte no período do inverno, as conseqüências serão
razoáveis.
Segundo ele, é fundamental que a sociedade não entre em pânico. – A grande preocupação
é evitar a contaminação de aves para o ser humano. Caso isso aconteça, devemos adotar
medidas para evitar que tenhamos a transmissão pessoa a pessoa. Mas é muito pouco
provável que não ocorra uma infecção de homem para homem. Medronho destacou que o
cozimento adequado elimina o risco de contaminação pelo consumo.
Do estúdio da TV Cultura, em São Paulo, o presidente da União Brasileira de Avicultura
(UBA), Zoé Silveira d’Avila disse acreditar que a gripe aviária tem contribuído para o
aumento da exportação de frango no Brasil. – O aumento neste ano foi de 15%. Acho que
isso é conseqüência da exportação dos países que foram atingidos pela doença. O consumo
não caiu no Brasil.- Para ele a população brasileira não deve se alarmar, pois vírus
desse tipo nunca chegaram à América do Sul.
Também no estúdio da TV Nacional, em Brasília, Eiiti Sato, professor de Relações
Internacionais na Universidade de Brasília, lembrou que até o momento não foi
registrada queda acentuada no consumo mundial de frango. Ele, que é especialista em
comércio internacional, explicou que os países são afetados em diferentes escalas. –
Aparentemente o vírus é muito mais resistente ao frio que ao calor e isso já afeta os
países de forma diferente. Havendo de fato uma pandemia, o efeito certamente não será
uniforme. Pode ser que o Brasil seja severamente afetado e pode ser que não.- (Agência
Brasil, 10/11)