Mudanças climáticas podem aumentar incidência de pragas em plantas
2005-11-11
Pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) estão elaborando
mapas de distribuição geográfica de doenças e pragas do café em cenários
futuros resultantes do aquecimento climático global. Com dados dos
últimos 30 anos, usando um modelo de simulação, foram obtidos mapas para
o cenário atual, e estes foram comparados com os mapas projetados para
os cenários futuros, em uma visão mais otimista e outro em visão mais
pessimista. Foi constatado que haverá uma maior incidência de
bicho-mineiro-do-cafeeiro, pois quanto mais a atmosfera está aquecida
mais aumenta a geração dessa praga.
Raquel Ghini, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente responsável pela
pesquisa, esclarece que a idéia é trabalhar com outras doenças do café e
também com outras culturas importantes para exportação. Será possível
também elaborar estratégias para a agricultura se proteger das pragas
que podem se manifestar daqui a alguns anos. Pode-se simular cenários e
estudar as estratégias mais eficientes.
Doenças que hoje não são consideradas importantes podem se desenvolver
em outras condições climáticas e, sabendo com antecedência, a Embrapa
pode desenvolver variedades resistentes e outros métodos de controle. O
mesmo trabalho foi realizado com nematóides do cafeeiro e os mapas
obtidos também evidenciaram que poderá haver aumento da doença causada
por esses microrganismos.
Em outro projeto de pesquisa, que também tem por finalidade estudar os
efeitos das mudanças climáticas globais sobre as doenças de plantas,
foram construídas estufas de topo aberto para injeção de CO2 para
simular alterações atmosféricas e seus efeitos na ocorrência de doenças.
Com isso, serão avaliados parâmetros epidemiológicos, o ciclo e a
ocorrência das doenças, como oídio da soja, brusone do arroz, ferrugem
do cafeeiro e do feijoeiro. (Com informações da Embrapa)