Setor florestal catarinense quer soluções para superar crise
2005-11-10
Um documento denominado Carta de Santa Catarina, que será encaminhado aos governos federal e estadual, foi elaborado pelo deputado Sérgio Godinho (PSB) e por empresários e sindicalistas do setor florestal catarinense, prefeitos, vereadores e representantes da Secretaria Estadual da Fazenda. No texto redigido durante audiência pública, nesta quarta-feira (9/11), no auditório do TCE (Tribunal de Contas do Estado), constam diversas reivindicações do setor para superar a crise e possibilitar a viabilização dos segmentos madeireiro e de reflorestamento. Segundo os participantes, um dos principais motivos da crise é a atual conjuntura econômica do país.
Dados apresentados durante o encontro revelam que o setor florestal é o segundo segmento produtivo mais importante em Santa Catarina. São 82 mil trabalhadores nessa atividade, com envolvimento direto no plantio de 50 mil hectares/ano de florestas e produção de 42% dos móveis que abastecem o mercado interno.
— Estamos no buraco negro e precisamos de saídas institucionais para superá-lo - declarou o Consultor Florestal da Fiesc, Ulisses de Andrade.
Para Carlos Ivanov Cristo, vice-presidente da Fiesc de Lages, é preciso promover um pacto federativo em Santa Catarina, trazendo para a competência do Estado a gestão dos recursos florestais.
— Temos 530 mil hectares de florestas plantadas, mas nossa necessidade atual é de 1 milhão - frisou Ivanov, que defendeu o reaparelhamento da Fatma como órgão fiscalizador.
Segundo o prefeito de São Bento do Sul, Fernando Malon (PMDB), que administra o maior município produtor e exportador de móveis de Santa Catarina, a baixa cotação do dólar é um dos agravantes dos problemas enfrentados pelos reflorestadores e moveleiros.
— O governo federal tem que rever a política cambial e também dar o retorno do ICMS devido às empresas exportadoras, mas infelizmente isso não acontece no montante que deveria, através do repasse ao Estado.
O diretor de Administração Tributária da Secretaria da Fazenda, Renato Hinning disse que a dificuldade na transferência de crédito ocorre por falta de sensibilidade do governo federal.
— É dele a responsabilidade na política de exportação. Precisamos buscar alternativas diferenciadas para resolver ou amenizar essa crise - finalizou. (Alesc, 09/11)