Gripe das aves rouba festival
2005-11-10
O tema é espinhoso, mas inevitável para o 5º Festival Brasileiro de Aves Migratórias.
O evento também deverá abordar a gripe das aves, entre amanhã (11/10) e segunda-feira
(14/11), nos municípios de Tavares e Mostardas, onde está o Parque Nacional da Lagoa
do Peixe.
O flagelo que já atinge 16 países e sobressalta o mundo será discutido entre
ornitólogos, biólogos, turistas ecológicos e moradores do litoral do Rio Grande do Sul.
A chefe do Parque Nacional da Lagoa do Peixe, Maria Tereza Queiroz Melo, ressaltou
ontem (09/11) que o plano é conscientizar, evitar o pânico.
Bióloga do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), Maria Tereza entende que os gaúchos não correm perigo imediato com o vírus
H5N1, o mais agressivo da gripe aviária. Uma das razões é que a Lagoa do Peixe não
recebe aves migratórias de regiões contaminadas. E são espécies costeiras ou do mar,
que dificilmente teriam contato com aves domésticas.
Promoção do Ibama, das prefeituras de Tavares e Mostardas e da ONG Lagoa, o festival
manterá a programação tradicional. Haverá cursos sobre como observar aves e conservar
o ambiente. Alunos serão levados à reserva da Lagoa do Peixe, que abriga 190 espécies
de aves. Dessas, entre 30 e 40 são migratórias, dependendo da época do ano.
Maria Tereza observou que o festival, além do interesse científico, despertou a
atenção dos moradores locais. Famílias descobriram que a preservação de cisnes, gansos,
batuíras e flamingos atrai turistas e pesquisadores, gerando renda para as
comunidades. (ZH, 10/11)