A Fundação Estadual de Meio Ambiente (Fepam) lançou na terá-feira (08/11), na Feira do Livro, a segunda edição de O Rio Grande do Sul e a Ecologia , uma coletânea de crônicas escritas por Henrique Luiz Roessler, entre 1957 e 1963, no Correio do Povo. Ele foi um dos pioneiros na defesa do meio ambiente no país. O lançamento da obra foi seguido por um debate organizado pelo Núcleo de Ecojornalistas (NEJ/RS), lotando a sala leste do Santander Cultural, com a presença de ambientalistas, estudantes e populares.

Henrique Roessler nasceu em Porto Alegre, em 1896, mas ainda criança foi morar em São Leopoldo. Seu trabalho como ecologista começou em 1937, quando conseguiu uma autorização especial do governo federal para atuar como delegado de caça e pesca voluntário. A partir daí passou a defender a natureza contra todas as agressões provocadas pela iniciante industrialização nacional. Sua ação, porém, provocou a ira de poderosos e a cassação de sua função de fiscal. Criaria, então, há 50 anos, a primeira organização ambientalista do país, a União Protetora da Natureza, fundada em 1 de janeiro de 1955.

A linguagem dos textos de Roessler é enérgica. Ele chegava a empregar palavras agressivas aos predadores dos recursos naturais, como bandidos e imbecis . O livro com 219 páginas tem tom atual, que se sente logo na primeira crônica, intitulada Reflorestamento ou Miséria . Em 23 de maio de 1958, escreveu no Suplemento Rural do Correio do Povo: Devastadoras são as conseqüências dessas desmatações [...] Fontes se esgotaram, arroios e rios secaram [..] Os lagos das barragens-represas não enchem mais o suficiente durante as estações chuvosas para garantir o abastecimento normal de água e energia elétrica . (Ecoagência, 09/10)