Kyoto reduz crescimento europeu, diz estudo
2005-11-10
Cortar as emissões de gases de efeito estufa, atendendo às metas do Protocolo de Kyoto, vai reduzir de forma significativa o crescimento econômico europeu, segundo pesquisa do Conselho Internacional para Formação de Capital, uma consultoria de mercado.
A pesquisa projeta que, por volta de 2010, o crescimento econômico da Espanha terá sido 3% menor do que o possível e o da Itália será reduzido em 2%. Estas são projeções maiores do que as feitas por pesquisas anteriores.
Nas últimas semanas, o primeiro-ministro britânico Tony Blair foi o último dos líderes a sugerir que elaborar um acordo que seria filho de Kyoto, envolvendo objetivos mais definidos para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, será complicado.
— Nenhum país vai querer sacrificar sua economia para enfrentar este desafio - disse Blair em uma conferência em Londres na semana passada, acrescentando que mais negociações a respeito de objetivos neste setor deixam as pessoas nervosas.
Os governos dos Estados Unidos e Austrália não participam do Protocolo de Kyoto alegando preocupação com suas economias. A nova análise do Conselho Internacional para Formação de Capital (ICCF) confirma a visão dos dois governos de que o protocolo vai custar caro.
A análise conclui que em 2010, a metade do período em que os governos que assinaram o protocolo têm para alcançar suas metas, o crescimento econômico da Espanha será reduzido em 3,1%. A Itália teria seu crescimento econômico reduzido em 2,1%, a Grã-Bretanha, em 1,1%, e a Alemanha, em 0,8%.
A diretora do ICCF, Margo Thorning, afirmou que estas reduções levam em conta uma projetada adoção das chamadas tecnologias ecológicas.
— Já temos uma boa quantidade destas tecnologias colocadas em nossas previsões, então já estamos supondo o maior uso de (combustíveis) renováveis - disse Thorning. — Também supomos que na Europa toda o uso de energia será sujeito a uma tentativa de diminuir a emissão de gases de efeito estufa.
Preço da energia
O relatório do ICCF sugere que a redução de emissões vai elevar o preço da energia, como o preço da eletricidade em todo o continente, em uma média de 26% até 2010.
Isto significa que as economias iriam sofrer, aumentando o número de desempregados em centenas de milhares e contribuindo para a diminuição do crescimento econômico.
O relatório ainda afirma que as diferenças entre os quatro países estudados pelo ICCF se devem ao fato de Grã-Bretanha e Alemanha estarem próximas de alcançar suas metas, enquanto a Itália e Espanha ainda estão consideravelmente longe dos objetivos. (Agência Estado, 08/11)