Aves serão examinadas no Rio Grande do Sul
2005-11-09
Aves migratórias que chegam ao Estado procedentes do Hemisfério Norte deverão ser
analisadas, por amostragem, no final do mês. Será a terceira vez que haverá o chamado
inquérito sorológico, para verificar doenças como o vírus H5N1, causador da gripe das
aves.
Na próxima semana, técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) e do Ministério da Saúde definirão a metodologia da
pesquisa, a ser realizada na Lagoa do Peixe, em Tavares e Mostardas. O exame pode ter
análise de sangue e de penas das espécies migratórias. Ele vem sendo feito por
precaução.
Detectada a partir de 1997, a também chamada gripe do frango já afetou 16 países, a
maioria na Ásia. Os gaúchos estariam a salvo da rota de contaminação. O biólogo da
Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul Glayson Ariel Bencke enumerou, ontem (08/11),
motivos que afastariam preocupações. As aves que chegam ao Estado vêm de áreas
distantes das atingidas pelo vírus. São voadores de espécies costeiras, ficam na beira
do mar, o que dificulta o contato com aves domésticas.
- Aves sempre têm gripe, parasitas, mas não se manifestam. Até brincamos que quem
corre o maior risco é o pesquisador-, disse Bencke.
O mundo está em alerta com a gripe aviária, que já matou 62 pessoas desde dezembro de
2003, segundo a Organização Mundial da Saúde. Na América do Sul, o único caso teria
ocorrido na Colômbia, mas em uma versão menos agressiva. Especialista em aves, Bencke
disse que o Estado também se protege ao não importar cisnes, gansos e marrecos. Ricos
europeus, que gostam de comprá-los para decorar jardins, estão mais expostos. (ZH,
09/11)