Sem previsão de chuvas, seca no Pantanal piora
2005-11-09
A seca que atinge o Pantanal já é uma das mais graves da região: o nível do rio Paraguai atingiu sua pior marca em 32 anos, quando encerrou-se um período de nove anos de grande seca no local. E, segundo a meteorologia, não há previsão de chuvas regulares e suficientes para acabar com a estiagem na área.
A medição em Ladário (430 km de Campo Grande, MS) estava ontem em 90 cm, segundo a Marinha. A última grande redução abaixo de 1 m ocorreu em 2001, quando as águas também chegaram à marca de 90 cm. Nesta época do ano, o nível do rio atinge, no mínimo, um metro e meio.
Mas a situação atual é considerada pior do que a de quatro anos atrás devido à estiagem que atinge também a cabeceira do rio, na região do município de Cáceres (MT) - o Paraguai é o principal curso dágua do Pantanal.
Os mais baixos níveis do Paraguai foram registrados de 1964 a 1973, quando a lâmina dágua chegou a ficar 60 cm abaixo do zero da régua -que fica na margem e não toca o fundo do leito.
O meteorologista Natálio Abrahão, do Centro Estadual de Tempo e Clima de Mato Grosso do Sul, disse que, em outubro, choveu 20% dos 170 mm que seriam normais para o período. Segundo a Polícia Militar Ambiental, a redução do nível das águas no Pantanal facilita a ação de pescadores ilegais, que ameaçam cardumes que sobem os rios para a reprodução. Até 28 de fevereiro, a pesca na região está proibida devido a piracema.
No Piauí, a seca que atinge o Estado já levou 91 dos 222 municípios a decretar situação de emergências. Não chove regularmente no Estado há cerca de dez meses. (Folha de S.Paulo, 08/11)