Mortos em terremoto na Caxemira podem chegar a 86 mil, diz Banco Mundial
2005-11-09
Equipes de doadores estrangeiros, incluindo o Banco Mundial e o Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD), estimaram ontem (8/11) que o número de mortos no terremoto de 7,6 graus ocorrido no último dia 8 de outubro, afetando a região da Caxemira indiana e paquistanesa, poderá chegar a 86 mil. –As equipes de doadores internacionais que visitaram as regiões devastadas pelo tremor afirmam que 86 mil pessoas podem ter morrido no local–, afirmou o assessor financeiro do primeiro-ministro Shaukat Aziz, Salman Shah.
–Esses números não se tratam de um balanço confirmado, mas sim de uma avaliação–, esclareceu Shah, lembrando que um número atualizado de mortos será anunciado em breve pelo chefe das operações de socorro, que vêm sendo dirigidas pelo Exército paquistanês. No início deste mês, Aziz anunciara que só no Paquistão, o número de mortos devido ao tremor chegou a 57 mil. Estima-se que o número de feridos seja de 77 mil. Na Índia, 1,3 mil pessoas morreram em decorrência do tremor.
O terremoto também deixou 3,3 milhões de pessoas sem casa na região do norte do Paquistão, e, segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), ao menos 17 mil crianças morreram no Paquistão devido ao desabamento de várias escolas, casas e outros locais no dia do tremor.
As organizações humanitárias têm insistido que o número de mortos pode aumentar ainda porque há milhares de pessoas sem qualquer lugar para se abrigar, e sem receber ajuda para enfrentar o rigoroso frio que atinge essa região --onde está o Himalaia-- nesta época do ano.
O epicentro do tremor de 7,6 graus na escala Richter, ocorrido às 8h50 do dia 8 de outubro (0h50 de do mesmo dia, no horário de Brasília), foi registrado em Muzaffarabad, a capital da parte da Caxemira administrada pelo Paquistão, que fica 90 quilômetros a nordeste da capital do país, Islamabad. De acordo com o Centro de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos (USGS), o terremoto aconteceu a 10 quilômetros de profundidade. (AFP, 8/11)