Acontece hoje (08/11), no Frigorífico Aragotins, em Araguaína, a partir das 8h, o primeiro abate de gado orgânico do Tocantins. São 60 cabeças, sendo 30 vitelos e 30 novilhas. A carne será distribuída no estado de São Paulo, onde dois frigoríficos especializados em carnes finas e cortes especiais farão um teste de aceitação de mercado. Os animais estão sendo criados na fazenda Manguita, única propriedade rural orgânica do Estado certificada pelos organismos competentes. O início da comercialização está previsto para o dia 16 deste mês.

Segundo o proprietário da fazenda, Marcelo Moura, o Estado tem grande potencial para produção de gado orgânico, graças às grandes áreas disponíveis para pastagem. O produtor tem um custo a mais, uma vez que o manejo requer mais mão-de-obra. – Isto é outro fator positivo, porque o produtor orgânico acaba tendo uma responsabilidade social maior, que é a geração de mais empregos no campo-, diz. Apesar do custo adicional, Moura informa que o negócio é bastante lucrativo, principalmente quando se está certificado para atender aos mercados internacionais.

O secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Jorge Sahium, acredita que o grande diferencial do Tocantins pode estar na produção de orgânicos. – Nós temos terras de boa qualidade, controle sanitário, ausência de doenças e necessidade de conquistar mercados, por isso o produto orgânico, que ganha novos consumidores a cada dia, pode ser nosso diferencial-, reforça. Em relação à carne produzida na Fazenda Manquita, Sahium diz que o Estado se beneficia com isso, uma vez que o produtor possui certificações exigidas pelo mercado europeu.

Fazenda Manguita A Fazenda Manguita, localizada na região de transição entre o cerrado e a floresta amazônica, no estado do Tocantins, município de Couto Magalhães, é uma propriedade orgânica, certificada internacionalmente de acordo com as Normas IFOAM, para produção de gado de corte, desde 2002.

O que é uma propriedade orgânica? É aquela que atende às normas de produção do gado, não utilizando principalmente adubos químicos, mata-mato, antibióticos e hormônios. Que respeita o meio ambiente, não fazendo queimadas, mantendo as reservas naturais, protegendo a vida selvagem e os mananciais. Que tem responsabilidade social, respeitando as leis trabalhistas, garantindo condições seguras de trabalho, oferecendo condições de vida digna aos seus funcionários. Que atende às condições de bem-estar animal, não admitindo maus tratos aos animais, mantendo espaços amplos para a criação, com água e comida naturais.

O que é carne orgânica? É um alimento com sabor natural, baixo teor de gordura e com pouca probabilidade de sensibilização alérgica, pois os animais são tratados exclusivamente com produtos fitossanitários e homeopatia e sem hormônios.

Do que se alimenta o gado orgânico? Alimenta-se de pastagens naturais ou plantadas sem adubo químico e sem herbicida (mata-mato) para controle das plantas invasoras. A água oferecida aos animais é proveniente de nascentes próprias, livres de contaminação, pois o lençol freático não tem resíduos de produtos químicos. Na Fazenda Manguita não é utilizado qualquer tipo de suplemento alimentar. O gado orgânico recebe todas as vacinas necessárias, obrigatórias ou não, para garantir a saúde do animal.

O que é Certificação? É a garantia de qualidade do produto feita por uma empresa independente, filiada às entidades regulatórias das normas internacionais.

Como se obtém a Certificação? No caso da Fazenda Manguita a certificação é feita pela OIA do Brasil - Organização Internacional de Agropecuária, que através de inspeções regulares e extraordinárias, verifica todas as condições existentes na propriedade e atesta a sua adequação às normas internacionais (IFOAM). A certificadora acompanha também a rastreabilidade, que através de inspeções regulares e extraordinárias, verifica todas as condições existentes na propriedade e atesta a sua adequação às normas internacionais (IFOAM). A certificadora acompanha também a rastreabilidade, que é a identificação do gado através de um número que cada um recebe ao nascer e o acompanha até o abate. (Página Rural, 07/11)