Governo inglês volta a dar atenção ao uso do biodiesel
emissões de co2
2005-11-08
Cada motorista britânico irá, em breve, dirigir veículos com combustível feito de açúcar de beterraba e diesel produzido com oleaginosas. Esta estratégia faz parte da luta do governo contra a mudança climática.
Biocombustíveis, que são produzidos a partir de vegetais e que não acrescentam emissões ao dióxido de carbono (CO2), causador do aquecimento global, estão se tornando uma característica cotidiana na área de transportes do Reino Unido, numa grande mudança na área de combustíveis desde que o petróleo sem aditivos de chumbo foi introduzido, há mais de 15 anos.
O governo está lançando uma espécie de obrigação para que as companhias como Shell e BP misturem porções fixas de biodiesel em seus combustíveis convencionais – inicialmente, 5% em relação a todo o diesel e todo o petróleo vendido no mercado varejista.
A medida será similar à atual obrigação relativa aos combustíveis renováveis nas companhias de abastecimento de energia, a qual requer que tais empresas forneçam uma crescente quantidade de eletricidade de fontes renováveis, tais como energia eólica.
Sob a nova proposta, todo o petróleo do Reino Unido será misturado com etanol, um combustível produzido a partir de açúcar de beterraba ou de trigo, e o diesel será misturado com biodiesel feito com óleo de vegetais reciclável. Diferentemente dos combustíveis fósseis, como petróleo, gás e carvão, que quando queimados lançam grandes quantidades de dióxido de carbono à atmosfera, os biocombustíveis são neutralizantes do carbono, pois o CO2 que produzem quando queimam é absorvido da atmosfera pelas lavouras utilizadas para produzi-los.
As novas misturas trarão diferenças práticas aos motoristas – eles poderão utilizar motores convencionais e terão menores preços por causa da menor taxação governamental ao biodiesel. Contudo, a mudança terá enorme impacto às emissões de CO2 do Reino Unido. Uma substituição de 5% no consumo de combustível rodoviário poderá economizar emissões anuais de 155 milhões de toneladas de carbono por ano, conforme os especialistas.
O governo está desesperado para economizar em emissões porque tem compromisso com o corte das mesmas, de modo que elas possam retornar, em 2010, ao patamar de 20% abaixo dos níveis de 1990, quando estavam em 129 milhões de toneladas de carbono. Pelas atuais tendências, o governo estaria longe deste alvo.
Além disto, o governo está realizando uma revisão intensiva nas medidas de seu programa interdepartamental de mudança climática. Os resultados deverão ser anunciados pela secretária de Estado Margaret Beckett, nas próximas semanas. (Fonte: The Indepenent, 7/11)