Relatório garante que mundo tem energia suficiente até 2030
2005-11-08
Se o mundo seguir a tendência atual, terá recursos energéticos suficientes até 2030, apesar do aumento da demanda em 50%, informa o relatório World Energy Outlook 2005, da Agência Internacional de Energia (AIE), divulgado ontem (7/11). Neste ano, o relatório – que apresenta as análises e previsões detalhadas até 2030 – centra-se nas regiões estratégicas do Médio Oriente e do Norte de África.
Dois terços do aumento da demanda, até 2030, serão da responsabilidade dos países em desenvolvimento. A demanda mundial, em 2030, atingirá 16,3 mil milhões de toneladas do equivalente em petróleo (tep), segundo um cenário de referência, baseado na hipótese das políticas energéticas actuais seguirem as tendências registadas.
Mas, segundo a AIE, serão necessários investimentos de 17 bilhões de dólares (14,3 bilhões de euros) no setor energético para garantir o abastecimento. O maior desafio será o financiamento dos países que não são membros da OCDE, salientam os autores.
A agência prevê que os preços do petróleo, depois de terem atingido um pico de US$ 65 em setembro deste ano, deverão cair para os US$ 35 em 2010, graças às novas capacidades de produção, antes de voltarem a subir para US$ 39, em 2030.
Os responsáveis da AIE apelam aos países consumidores para que reduzam a sua dependência energética e aos produtores para aumentarem os seus investimentos.
Os combustíveis fósseis vão continuar a ter um papel dominante. A demanda por petróleo vai passar de 84 milhões de barris por dia, hoje, para 115 milhões em 2030. Quanto ao carvão, a procura vai crescer anualmente 1,4%, para atingir 7,3 mil milhões de toneladas em 2030. As energias renováveis terão o crescimento mais rápido, de mais de 6,2% ao ano. No entanto, a sua contribuição para o total será inferior a 2%.
O relatório alerta que, se não forem tomadas medidas, as emissões globais de gases com efeito de estufa (GEE) deverão aumentar 52 por cento até 2030.
– Estas tendências e estimativas têm graves implicações e levam a um futuro que não é sustentável–, disse o director da agência, Claude Mandil, citou a BBC online. –Temos de alterar estes números e colocar o planeta num caminho mais sustentável–, assinalou. A AIE é constituída por 26 países industrializados. (World Energy Outlook, 7/11)