Camargo Corrêa tenta silenciar pesquisadores por meio de ação
2005-11-07
A empresa CNEC
engenharia, formadora do grupo Camargo Corrêa e responsável pela realização
de estudos de impacto ambiental para os projetos das hidrelétricas de Tijuco
Alto (Ribeira) e Mauá (rio Tibagi), moveu em 20 de outubro último uma ação
na justiça para impedir o pronunciamento público de três pesquisadores que
participaram dos estudos ambientais das usinas.
A ação cobra ainda indenizações
por danos morais que, segundo a empresa, estariam sendo causados pelos
pesquisadores Euclides Grando Jr.
(Tom) Gislaine Cova Grando e Marcos R. Bornschein, os quais apontaram
falsificações realizadas sobre os estudos originais em pronunciamentos
realizados durante as audiências públicas de Telêmaco Borba e Ortigueira, em
agosto último.
Os estudos
realizados pelos pesquisadores foram registrados em cartório em 2004, como
uma forma de prevenir uma prática das empresas do setor elétrico que,
segundo Grando, corriqueiramente forjam estudos omissos e empurram
empreendimentos de grande impacto social e ambiental goela abaixo das
comunidades desinformadas.
— É impressionante que uma empresa
desse porte mobilize tamanho aparato para tentar calar pessoas que
questionam suas manobras. Não
vamos silenciar, pelo contrário, esta ação apenas reforça nossa postura e as
evidências de que, há sim, ilegalidades a serem apontadas. Levaremos ao público cada uma delas
sem receio de represálias - afirma Grando.
A CNEC Engenharia já está
envolvida em três ações na justiça movidas pela Liga Ambiental para fazer
valer as leis ambientais e de recursos hídricos vigentes. Nenhuma ação foi movida com relação
ao conteúdo do EIA/RIMA, contudo, os pesquisadores já preparam perícias que
demonstrarão na justiça a tentativa de omitir impactos nos estudos entregues
ao IAP pela empresa. (Liga Ambiental - Curitiba- PR, 04/11)