Conferência de Meio Ambiente inicia etapa estadual e quer qualificar debate sobre desmatamento
2005-11-07
O desmatamento da Amazônia caiu 50% em relação a 2004, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente. Mas isso não significa que tudo esteja bem. Para o ambientalista Pedro Ivo de Souza Batista, coordenador da 2ª Conferência Nacional de Meio Ambiente, existem grandes obstáculos para o controle do desmatamento.
Os três principais são: a falta de incentivo para uma floresta sustentável, o tamanho da biodiversidade brasileira que requer maior capilaridade da presença do estado, e por fim, a criminalidade.
Ele está em Fortaleza para a primeira das conferências estaduais que precederão o encontro nacional em Brasília, marcado para ocorrer em 12 e 13 de dezembro.
Batista lembrou que a primeira Conferência Nacional de Meio Ambiente, há dois anos, teve o mérito de mobilizar as pessoas, de motivá-las ao debate. Na segunda, diz ele, o objetivo é ampliar e qualificar esse debate.
— Avançamos mais na estruturação do Sistema Nacional de Meio Ambiente, o Sisnama, tem idéia é descentralizar a política ambiental brasileira e fazer com que o município, o estado e os órgãos federais tenham, cada qual, a sua responsabilidade-, relatou ele.
Segundo Batista, a proteção ao meio ambiente funciona de forma integrada, porque só assim é possível estender os cuidados à megabiodiversidade, pois é preciso mais do que a fiscalização e a coerção. É fundamental criar mecanismos de desenvolvimento sustentável e investir na educação ambiental.
Ele observa que embora o Sisnama preveja que cada município tenha um órgão ambiental isso só acontece em um terço deles. Assim, diz ele, fica difícil avançar na sustentabilidade do meio ambiente.
Batista avalia que a questão do meio ambiente no Brasil é também cultural. —Ainda temos gente que vê a preservação da floresta como um obstáculo ao desenvolvimento. Na pratica todas as outras dificuldades vêm dessa visão que remonta aos tempos do Brasil colonial-, explica-se. (Agência Brasil, 4/11)