Setor de celulose e papel vive nova revolução industrial, diz PWC
2005-11-07
A mudança geográfica da produção de celulose e de papel no mundo começa a fazer da
América do Sul e China as regiões centrais para o futuro do setor. A migração das
maiores empresas do mundo para estas regiões deverá fazer, em curto espaço de tempo,
com que o preço global do papel de fibra curta se equipare ao de papel de fibra longa.
Isso porque a fibra curta, historicamente mais barata porque a madeira de eucalipto
com a qual é feita estava em países até então marginais, agora são o principal foco do
mundo na produção de papel. As conclusões são do líder global de Celulose e Papel da
PricewaterhouseCoopers, Robert Barnden.
Segundo ele, a América do Sul é o futuro da produção mundial com sua celulose de fibra
curta e a China é a atual demanda mundial, não por ser vantajoso produzir lá, mas
porque a demanda e formação de preços hoje no mundo estão lá , disse.
– E como é possível exportar a celulose, mas não é possível transportar o papel já
pronto em longas distâncias, será preciso levar a produção à China porque grandes
empresas como Nike e Ericsson chegaram lá agora e precisam embalar seus produtos-,
completa o executivo da PricewaterhouseCoopers, que dá assessoria às grandes empresas
do setor de celulose e papel do Brasil e também do mundo.
– A tecnologia para se processar a fibra curta começa a evoluir. Hoje, o Brasil importa
papel tipo jornal, que é de fibra longa. Mas logo poderá fazer um similar a este papel
com fibra curta-, disse Barnden. – Isso fará com que o preço de fibra longa e curta se
equiparem.
Consumo na China e América Latina ainda é pequeno
O consumo de papel na China ainda está abaixo dos 50 quilos per capita. O mesmo ocorre
com a África e América Latina. Já na Europa e EUA, em que o consumo está acima dos 250
quilos per capita, tem hoje um mercado estagnado.
– As grandes empresas européias tem hoje um grande excesso de produção porque não há
mercado local para se expandir-, disse o líder global de Celulose e Papel da
PricewaterhouseCoopers (PWC), Robert Barnden.
– Você não pode exportar papel pronto à China e aos outros países em que há demanda
para expandir, porque o papel pronto é caro e transportá-lo acima de 300 quilômetros
significa perdê-lo-, disse. – Logo, é preciso produzir no local onde o consumo ocorre-,
segue.
Segundo a 8ª edição da Pesquisa Global sobre a Indústria de Papel e Celulose da PWC,
os produtores latino-americanos registraram crescimento de 21% nas vendas e de 41% na
receita líquida em 2004, na comparação com 2003. (InvestNews, 07/11)