Região espera outra fábrica
2005-11-07
O terreno da Aracruz Guaíba, em Guaíba, é a provável escolha da
companhia caso opte por instalar sua nova fábrica no Rio Grande do Sul.
O Estado concorre com pelo menos três outros locais - Bahia, Minas
Gerais e Uruguai. A empresa, que chegou ao Rio Grande do Sul com a
compra da Riocell-Klabin, produz atualmente 430 mil toneladas de
celulose na Região Metropolitana.
Com a confirmação dos projetos da Stora Enso e do grupo Votorantin,
estão definidas as localizações das florestas de cada empresa. Por
vantagens logísticas, as fábricas de cada deverão ser construídas nas
mesmas áreas. O projeto da Aracruz é semelhante aos já anunciados pelas
duas outras empresas no Estado e os três repetem as dimensões da
Veracel, inaugurada dia 28 de setembro, no sul da Bahia, que abriu 3
mil vagas diretas e outros 7 mil postos indiretos.
Como as demais, a nova unidade do grupo, será um investimento de US$
1,3 bilhão, para a produção de 1 milhão de toneladas de celulose.
Questionado sobre o fato de a empresa ser a última a definir o local
da nova unidade brasileira, o diretor de operações, Walter Lídio Nunes,
comentou que os estudos ainda não foram concluídos. Uma das
preocupações, diz, é solucionar eventuais dúvidas sobre o impacto
sócio-ambiental do projeto.
- Achamos que o debate é necessário e vamos confirmar o projeto se
houver receptividade-, afirma o executivo, que estima em 17 meses o
prazo necessário para construir a nova unidade.
A Aracruz tem 42 mil hectares de florestas plantadas no Rio Grande do
Sul, segundo dados de dezembro de 2004. Para cada dois hectares de
plantação, a empresa mantém um hectare de área de preservada. Em todo
o país, o grupo planta em 252 mil hectares. A maior floresta comercial
da Aracruz está no Espírito Santo, onde cultiva 107,7 mil hectares.
Município já sente mudanças
Quem pensa em se mudar para Pinheiro Machado, no sul do Estado, vai
encontrar dificuldades que não existiam no ano passado. Com a
multiplicação de viveiros da Votorantim Celulose e Papel (VCP) no
município, a empresa se abastece não só da mão-de-obra local, mas
contratando e estimulando a adesão de habitantes da região. Resultado:
o mercado imobiliário saturou.
- Não se consegue mais alugar casas na cidade-, comemora o prefeito
José Felipe da Feira.
Com isso, o investimento da VCP em florestamento na Metade Sul,
estimado em mais de R$ 200 milhões desde 2004, provoca um efeito
dominó. Da Feira garante que há cinco anos nem sonhava com a
possibilidade de ver geração de empregos, aumento na arrecadação de
impostos, incremento no comércio e nos setores imobiliário, hoteleiro
e de transporte, como está ocorrendo.
Um dos exemplos é a empresa de florestamento Nativas do Pampa. Criada
neste ano pelo enólogo Rossano Lazarotto, emprega 48 pessoas
responsáveis pela prestação de serviços operacionais e ambientais à
VCP, além de plantio e controle de qualidade. Em janeiro, eram apenas
10 empregados.
- Continuamos com esperança de crescimento. Acredito que 5% dos nossos
empregados são de fora da cidade-, estima Lazarotto. (ZH, 06/11)