A Alemanha pediu formalmente ao Reino Unido, atualmente na presidência da União Européia, para adiar a votação sobre a controversa legislação referente a substâncias químicas perigosas, o programa REACH. A votação da legislação REACH (Registo, Avaliação e Autorização de Químicos) foi marcada para os dias 28 e 29 de novembro, durante um encontro dos ministros europeus para a Competitividade.

Fontes do governo europeu informaram que a Alemanha pediu o adiamento porque o seu novo governo não terá tido tempo para analisar o dossiê, altamente sensível para a indústria química alemã. Caso o Reino Unido aceite o pedido, isso poderá significar que o REACH não será votado antes do final deste ano, quando terminar a presidência britânica.

Um porta-voz da presidência britânica recusou-se a fazer comentários. A organização ecologista internacional Fundo Mundial para a NAtureza (WWF) apelou ao Reino Unido e a outros Estados membros para votarem o programa na data acordada. –Seria terrível se o Reino Unido concordasse em adiar ainda mais a votação–, disse a organização, apelando aos britânicos para terem a –coragem de não ceder à pressão das autoridades alemãs–.

Na quarta-feira passada (2/11), a ONG portuguesa Quercus apelou ao governo e aos eurodeputados portugueses para que defendam os interesses dos consumidores e do ambiente no âmbito da fase final de discussão da proposta REACH sobre contaminação por substâncias químicas.

A proposta REACH abrange 30 mil produtos e prevê que as substâncias fabricadas ou comercializadas na União Européia, e desde que a sua produção anual exceda uma tonelada/ano, terão que apresentar informação quanto à sua segurança para a saúde humana e o ambiente. (Ecosfera, 4/11)