Durante o anúncio do investimento da VCP, o governador Germano Rigotto sugeriu a partilha do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) gerado pela fábrica entre os municípios que a abastecerem com insumos.

- Seria uma experiência inédita no Estado - disse o secretário de Desenvolvimento, Luis Roberto Ponte, explicando que o acordo exigiria a criação de lei específica, a ser aprovada nas câmaras municipais.

- A proposta é importante porque evita a briga de foice no escuro entre os municípios - diz o presidente da Associação dos Municípios da Zona Sul, Francisco de Assis Luçardo (PSDB), prefeito de Piratini, em referência à guerra de incentivos fiscais.

Arroio Grande, Pelotas e Rio Grande, porém, lutam pela fábrica.
- Precisamos avaliar as questões legais para a divisão do ICMS caso seja Pelotas a escolhida como base de instalação - afirma o prefeito de Pelotas, Bernardo de Souza (PPS).

Em Rio Grande, a abundância de água no entorno, o porto e os incentivos fiscais servem de argumento.

- Embora a VCP diga que não espera incentivos públicos, isso é uma forma de mostrar que estamos preparados - diz o prefeito em exercício, Juarez Torronteguy (PMDB).
Arroio Grande apela para a localização central entre os fornecedores de matéria-prima.

- Aqui fica fácil para moradores de Cerrito, Pedro Osório, Capão do Leão e Pelotas trabalharem - diz o prefeito Jorge Luiz Cardozo (PDT).

Prefeitos defendem divisão de retorno
Os prefeitos de Capão do Leão, Vilmar Schmitt (PDT), Cerrito, Adão Orlando Alves (PMDB), e Pedro Osório, Moacir Otilio Alves (PMDB), defendem a divisão do retorno de ICMS para evitar conflitos.

Alheia ao debate, Inajara Bonfada dos Santos, 25 anos, completa dois meses no manejo das mudas de eucalipto no viveiro de Capão do Leão. Antes, era apenas uma dona de casa morando com o marido desempregado, a sogra convalescente e as duas filhas. Agora, responde pela única renda fixa da família, além da pensão recebida pela sogra.
- Foi uma coisa maravilhosa - comenta, sobre o emprego. (ZH, 4/11)