Técnica pode acelerar vacina contra gripe aviária
2005-11-03
Cientistas afirmam que descobriram uma forma mais rápida para fabricar a vacina contra a gripe aviária, caso ocorra uma epidemia entre humanos. Equipes da Universidade Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, e da Universidade de Tóquio, no Japão, afirmam que, atualmente, pode-se levar mais de seis meses para desenvolver e fabricar a vacina.
Mas, em artigo na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), eles argumentam que este tempo pode ser reduzido à metade usando uma técnica genética aprimorada.
Especialistas temem que o vírus H5N1, que é letal para humanos, sofra uma mutação e então seja transmitido mais facilmente entre a população humana, podendo matar mais de 50 milhões de pessoas.
Os pesquisadores afirmam que, transformando o processo de fabricação para que ele fique mais eficiente, os cientistas conseguiriam evitar a volta à estaca zero, e isto poderia economizar cerca de uma semana em todo o trabalho. Os cientistas já usaram a técnica de –genética invertida– para fabricar vacinas, reformulando o DNA dos vírus.
O vírus alterado é colocado dentro de células, como células dos rins de macacos ou células de ovos, para gerar a vacina que não deixa um humano doente, mas prepara o sistema imunológico para reconhecer e atacar a doença.
Os pesquisadores americanos e japoneses conseguiram este resultado com um processo mais rápido e confiável. Eles reduziram o número de moléculas, os plasmídeos, necessários para levar os genes virais para as células de rins de macacos, onde a vacina será fabricada.
Normalmente são necessárias dezenas de plasmídeos para transportar o DNA. Combinando certos códigos de DNA a equipe conseguir reduzir este número para apenas três. –Reduzindo o número de plasmídeos necessários, aumentamos a eficiência da produção do vírus–, disse um dos líderes da pesquisa, o cientista Yoshihiro Kawaoka.
Isto significa que a variedade correta de sementes pode ficar pronta para que as empresas farmacêuticas iniciem a produção em massa para fabricação de vacinas. (BBC, 1º/11)