Usina a gás de Uruguaiana volta a operar a plena carga
2005-11-03
Como o fluxo de gás argentino para os dutos da Sulgás foi restabelecido, a usina térmica a gás da AES, em Uruguaiana, voltou a operar a plena carga, produzindo 540 MW. — Não esperamos nova interrupção de fornecimento argentino até o final do próximo verão-, foi o que explicou ao editor desta página o Presidente do grupo AES no Brasil, Eduardo José Bernini. Fazem parte do grupo AES as empresas Eletropaulo, AES Sul, Tietê e AES Uruguaiana.
. A Argentina envia 2,8 milhões de metros cúbicos de gás para acionar as turbinas da usina de Uruguaiana, que é a maior do gênero no RS. Existem outras três usinas a gás maiores no Brasil. São todas do Rio: Macaé, Eletrobold e Norte Fluminense.
. A importância da AES Uruguaiana está na circunstância de que ela se localiza na ponta do sistema integrado, invertendo o fluxo de distribuição de energia elétrica e com isto oferecendo muito mais confiabilidade ao abastecimento do RS.
. Desde que foi inaugurada, nos primeiros dias do Governo Olívio (Olívio nada fez pela usina, que foi toda construída com recursos próprios da AES e só saiu pelo apoio político de Britto), a AES Uruguaiana batalhou pela justa retribuição da energia produzida, enfrentou vários cortes no envio do gás argentino, passou pela quebra da Argentina e por duríssimas ações de reengenharia e recomposição de dívidas do grupo americano controlador, a AES, dos Estados Unidos.
. Quando Britto atraiu a AES para o Estado, entregando-lhe a concessão para a construção da usina de Uruguaiana e uma das três distribuidoras em que se dividiu a CEEE, sua idéia era completar a obra com um gasoduto ligando Uruguaiana a Porto Alegre, ao longo do qual seriam construídas outras três térmicas a gás. Nada disto saiu, mas o gasoduto continua nos planos dos empreendedores da TSB, entre os quais a Ipiranga. Isto, no entanto, depende completamente da definição das conjunturas econômicas e políticas na Argentina e na Bolívia (da Bolívia, porque conexões de gás boliviana são necessárias para oferecer confiabilidade ao sistema de gasodutos da Argentina). (Coluna do Políbio Braga, 1/11)