Até paredes de tijolos são abandonadas em sanga de Passo Fundo
2005-11-03
Lixo de toda a espécie, fezes, animais, eletrodomésticos, materiais de construção.
Tudo isso é encontrado em rios e sangas de Passo Fundo, nos bairros e no centro da
cidade. No subúrbio, o esgoto corre a céu aberto quando os poços negros das
residências transbordam e não são esgotados. Canalizações irregulares, que ligam o
esgoto cloacal ao pluvial, são constatadas em grande quantidade. Dejetos humanos
podem ser observados em alguns pontos do rio Passo Fundo e das sangas. Roupas,
tapetes e cobertores impedem o fluxo da água e provocam alagamento e a proliferação
de ratos.
A Prefeitura não tem fossa séptica para filtrar seu esgoto, e a Câmara de
Vereadores construiu a sua apenas recentemente. Diversos moradores e presidentes das
associações de bairros foram ouvidos pela reportagem de O Nacional, que vem
relatando a situação em que os mananciais hídricos da cidade se encontram.
Na vila Ricci, o presidente da associação, Aderbal Barros, conta que há muito lixo
na sanga que passa pelo bairro e também ligações irregulares nos encanamentos que
atravessam as ruas. – Além disso, muitos poços negros já transbordaram e o esgoto
corre a céu aberto-, completa Aderbal. Ao lado da sanga, uma casa destruída tem
paredes inteiras que desmoronaram dentro da água e prejudicam seu fluxo normal. –
Estamos tentando fazer um trabalho de conscientização da população. A coleta
seletiva já está funcionando-, garante.
Silmar Alessi, presidente da Associação de Moradores do Bairro Manoel Portela,
afirma, com satisfação, a ausência de problemas em relação ao esgoto. – A nossa
situação, mesmo sendo igual a de todos os lugares de Passo Fundo, não gera problemas
como em outros bairros-, diz. Todas as ruas são calçadas ou asfaltadas, por isso,
têm canalização adequada. Silmar garante que não há esgoto a céu aberto, e a sanga
que passa pelo bairro não é poluída. (O Nacional, 01/11)