O aumento do número de bombeiros e voluntários no combate às chamas ainda não foi suficiente para conter pelo menos 30 focos de incêndio que já devastaram 6.200 hectares (de um total de 152 mil ha) da Chapada Diamantina (BA).

No final de semana, 200 voluntários e 30 bombeiros trabalharam com o suporte de dois helicópteros, mas não conseguiram deter as chamas, que atingem principalmente as cidades de Lençóis, Mucugê e Andaraí.

De acordo com funcionários do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), o incêndio na região é criminoso e teria sido provocado por caçadores, garimpeiros, agricultores, que queimam áreas para utilizá-las como pastagem, e colhedores de sempre-vivas (plantas utilizadas em ornamentações), que usam o fogo para abrir caminho nas regiões mais inacessíveis.

Como há dois meses não chove na Chapada Diamantina, o calor e o vento facilitam a propagação das chamas. O Corpo de Bombeiros informou que os primeiros focos de incêndio apareceram há 27 dias em áreas localizadas entre os municípios de Palmeiras e Lençóis.

A situação fugiu do controle dos ambientalistas há uma semana, quando as chamas se intensificaram e atingiram áreas de seis cidades da Chapada. Nas últimas 48 horas, bombeiros e voluntários detectaram que o incêndio já destruiu uma grande área próxima à nascente do rio Preto.

Os técnicos temem que o fogo também possa atingir a nascente do rio Paraguassu, responsável pelo abastecimento de cerca de 50% da água consumida na região metropolitana de Salvador.

Segundo a Bahiatursa (órgão oficial de turismo do Estado), a Chapada Diamantina é a terceira opção turística mais procurada pelos visitantes que vêm à Bahia, perdendo apenas para Salvador e Porto Seguro (705 km ao sul da capital). (Agência Folha, 31/10)