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2005-11-01
Membros de entidades de preservação ambiental e moradores de cidades atingidas pelo Furacão Catarina realizaram na tarde deste sábado (29/10) manifestação por Justiça Climática na praia de Morro dos Conventos no litoral catarinense. O objetivo foi solicitar do governo federal medidas concretas em relação às mudanças climáticas, que têm assolado a população brasileira com estiagens, enchentes e tornados.

Na ocasião, Carol Herrmann, do Núcleo Amigos da Terra/Brasil, leu manifesto que será apresentado, dia 5/12, em evento paralelo ao encontro mundial de discussão do Protocolo de Kyoto, em Montreal/Canadá, que ocorre de 28/11 a 9/12. Entre as solicitações, está a gradual paralisação das termelétricas a carvão em operação no sul de Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, maiores emissores de gases do efeito estufa (GEE) por unidade de energia gerada, e abandono dos planos de implementação de novas usinas termelétricas a carvão no Brasil.

O coordenador-geral da entidade ambientalista Sócios da Natureza, Tadeu Santos, informou aos participantes que a Fundação de Meio Ambiente (Fatma) liberou licença para nova termelétrica de 480 megawatts, na cidade de Treviso/SC.

— Somos a região com maior liberação de CO² dessa origem na América Latina e justamente por aqui passou o Catarina - alerta. O estado já possui termelétrica com capacidade de 850 megawatts.

Santos chamou a atenção para o poder de destruição do furacão no local da manifestação no Morro dos Conventos onde a vegetação foi destruída e parte das falésias completamente cobertas pela areia das dunas, fenômeno nunca registrado.

Dia 27 de março de 2004, a população do estado foi surpreendida por ventos de até 150 quilômetros por hora que varreu 42 cidades e deixou um rastro de destruição e milhares de vítimas. O desastre escancarou a precariedade na detecção de um fenômeno dessa natureza e de medidas de prevenção.

O manifesto é fruto de oficinas realizadas em seis municípios atingidos pelo Catarina, organizados após o I Encontro da Região Sul sobe Fenômenos Naturais, Adversidades e Mudanças Climáticas, realizado em Araranguá, dias 14 e 15/04 deste ano. Um dos encaminhamentos do Seminário foi o envio de carta ao Ministro da Defesa do país, ainda sem resposta, reivindicando equipamento para monitorar a temperatura do Atlântico Sul cujo local ideal indicado pelos especialistas fica entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Leia o manifesto:
MANIFESTO POR JUSTIÇA CLIMÁTICA

Nós, comunidade do sul do Brasil, fomos afetados pelo Furacão Catarina em março de 2004, o primeiro furacão na história do Atlântico Sul, o qual atingiu severamente nossas cidades, nossos recursos naturais e a vida de milhares de pessoas.

Nós, que já sofremos com enchentes, estiagens e tornados, estamos cientes e preocupados com as conseqüências das mudanças climáticas e reconhecemos nossa situação de vulnerabilidade.

Exigimos que o governo brasileiro:

- Reconheça as trágicas conseqüências do aquecimento global, atuando com mais firmeza e responsabilidade no âmbito nacional e internacional

- Reconheça as situações de vulnerabilidade físicas, sociais e econômicas do Brasil

- Crie e apóie programas preventivos e de adaptação nas regiões costeiras, principalmente na área atingida pelo Furacão Catarina

- Crie normas protecionistas ao nosso meio ambiente, protegendo o Brasil de empresas estrangeiras que venham ameaçar, poluir ou comprometer a nossa biodiversidade

- Cobre dos países desenvolvidos a redução de emissões de gases de efeito estufa e os custos de adaptação

- Promova a imediata implementação de políticas de prevenção às mudanças climáticas

- Invista na implementação de medidas e programas de eficiência energética e energias renováveis e no estudo das conseqüências do aumento de temperatura no Atlântico Sul

- Determine o fim das queimadas e o desmatamento na Amazônia

- Responsabilize-se pela redução das atuais emissões brasileiras de gases de efeito estufa

- Determine a gradual paralisação das termelétricas a carvão em operação no sul de SC e no RS, maiores emissores de GEE por unidade de energia gerada, e abandone os planos de implementação de novas usinas termelétricas a carvão no Brasil.

Exigimos que os países desenvolvidos:

- Dêem os primeiros e efetivos passos na redução de emissões de gases de efeito estufa

- Determinem o fim da extração de combustíveis fósseis

- Determinem as políticas de eficiência energética como prioridade

- Paguem os custos de transição energética

- Financiem as energias renováveis

- Criem novos mecanismos mais eficientes do que aqueles adotados atualmente para reduzir as emissões de GEE

- Paguem os custos de adaptação dos países em desenvolvimento

- Reduzam drasticamente seu consumo insustentável

- Assumam compromissos éticos e financeiros para deter o aquecimento global

Nós, que vivemos no local onde o olho do Furacão Catarina passou, estamos unidos num movimento mundial por Justiça Climática, para que nossas vozes sejam ouvidas.

Nós, exigimos que os governantes nos escutem, olhem para nós e atuem com a responsabilidade necessária a fim de possibilitar um futuro saudável as próximas gerações.

Morro dos Conventos, Santa Catarina, 29 de outubro de 2005

(Núcleo Amigos da Terra/Brasil, 29/10)

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