Trinta e cinco famílias ligadas ao chamado movimento dos sem-tora voltaram a invadir a fazenda Água Azull II, no município de Breu Branco, no sudeste do Estado do Pará. É a terceira invasão só este ano na propriedade que é certificada pelo Forest Stewardship Council (FSC). A fazenda de 11.280 hectares tem 71% de sua área destinados para atividades de manejo florestal sustentável. A última invasão ocorreu em setembro.

A Camargo Corrêa Metais, dona da área, já entrou com a ação de reintegração de posse na Vara Agrária de Marabá e aguarda a decisão judicial. A empresa obteve liminar favorável para reintegração de posse em todas as invasões anteriores.

As ações dos sem-tora destruíram benfeitorias da fazenda. Relatório do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Tucuruí constatou que durante as invasões anteriores, o grupo cometeu vários crimes ambientais.

A CCM mantém duas fazendas (Água Azul I e II) voltadas para o manejo sustentável de baixo impacto com certificado. O diretor de logística da empresa, Paulo Frey, explica que as duas propriedades são como ilhas verdes numa grande área devastada.

— A mata do entorno, dos municípios de Goianésia, Breu Branco e Tucuruí foi fortemente alterada. As fazendas da CCM são como manchas verdes num extenso campo - descreve Frey.

As constantes invasões em áreas de florestas certificadas podem destruir quase um milhão de hectares na Amazônia, segundo dados da Associação de Produtores Florestais Certificados na Amazônia (PFCA). O problema vem se agravando a cada dia. As invasões são provocadas pelos chamados sem-toras, grupo que invade áreas para exploração ilegal de madeira e tem como alvo preferido empresas certificadas, já que suas florestas guardam um estoque precioso de espécies com alto valor comercial. (O Liberal – PA, 31/10)