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2005-11-01
Podutores de várias partes do Vale do Caí e do Rio Grande do Sul participaram do IV Seminário Regional de Agroecologia, em Tupandi, nesta sexta-feira (28/10). A busca da qualidade no produto, sem agrotóxicos, já tem possibilitado o crescimento dos lucros de pequenos agricultores em São José do Sul. – É um negócio em expansão, diversificado, principalmente por apresentar um produto natural, com custo menor-, afirma o técnico em agropecuária, Celso Ricardo Postai, da Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), de São José do Sul, há pouco mais de um mês no escritório da organização na cidade.

No município de pouco mais de 2.000 habitantes, que tem na agricultura e na produção de frangos os pontos fortes de arrecadação, a agroecologia ressurge como uma fonte de renda. No perímetro urbano, são encontradas diversas hortas no costado das casas. É no interior, porém, que estão instalados os integrantes da Associação dos Produtores Ecológicos, composta por três famílias. Elas recebem o apoio da Emater no cultivo das verduras, frutas e produção de ovos, que são comercializados na cidade e em feiras em Montenegro.

Há dez anos, o produtor Rudi Alfredo Schuster, 62 anos, começou a investir nos hortifrutigranjeiros. Na propriedade de pouco mais de 11 hectares, na localidade de Linha Progresso, Schuster e a esposa, Maria Helena, 59 anos, produzem desde feijão de vagem, pepinos e tomates de diferentes variedades, até moranguinhos. – Tudo que produzimos é colhido. Levo sete caixas cheias para cada feira em Montenegro e não volto com nada-, comemora o agricultor, que usa esterco curtido como matéria-prima para a adubação, fertilizante feito com soro de leite e até melado para formar os nutrientes 100% ecológicos. – Nossos produtos são bem aceitos em Montenegro. Já temos clientes certos-, afirma Schuster.

Nas terras do produtor Aluísio Fier, 40 anos, e da esposa Márcia, 32, a forma de adubar a horta é a mesma de Schuster. Márcia conta que a renda da família melhorou desde que começaram a vender em feiras, há sete anos. – Fizemos muitos clientes. Hoje, nosso dinheiro vem da horta-, salienta a produtora, que chega a arrecadar cerca de R$ 400,00 por mês só em duas feiras em Montenegro. A outra família integrante da Associação é a de Ricardo Fier. As duas residem em Linha Lerner.

As feiras e os lucros A Associação dos Produtores Ecológicos de São José do Sul participa de duas feiras em Montenegro. Às quintas-feiras, as vendas ocorrem no bairro São João, e, às sextas, na Praça dos Ferroviários, sempre a partir das 6h30min da manhã. Os agricultores trazem e comercializam juntos os produtos, na mesma banca. – Colocamos tudo dentro da Kombi. Cada um anota o que está levando para a feira. Depois, na volta, nós repartimos o dinheiro-, explica a produtora Márcia Fier.

Em São José do Sul, a feira é ambulante – não há local exato – e ocorre sempre às sextas à tarde. O agricultor Rudi Alfredo Schuster não esconde a satisfação como o trabalho realizado. Sorri aos dizer que ficar rico não dá. Mas isso não o incomoda. – Melhor é impossível. Estamos felizes com as vendas nas feiras-, ressalta. Márcia, que cuida da horta quando o marido, Aluísio Fier, não está em casa, lembra que a estiagem no início deste ano trouxe prejuízos. As conseqüências estão sendo sentidas somente agora. – O solo está afofando agora, por causa das chuvas. A cenoura ficou prejudicada com a seca, mas, aos poucos, está melhorando-, conta a produtora. (Jornal Ibiá, 29/10)

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